Domingo, 30 de novembro de 2014 - 09h11
Por Humberto Pinho da Silva
Era ainda cachopo quando presenciei esta cena caricata, que jamais esqueci:
Amigo de meu pai tinha um filho, que era negação para as letras. Com jeitinhos chegou ao quinto ano liceal, mas o inglês é que, por mais explicadores que tivesse, não lhe entrava na cabeça. Escrito, ainda dava um jeito, mas falado… era o diabo.
Sabendo que meu pai era amigo de professor, que certamente iria fazer o exame, veio pedir-lhe para interceder. O moço precisava do diploma, para poder concorrer a emprego decente.
Como se sabia que o dito professor, todos os domingos, assistia à missa em determinada igreja, meu pai compareceu no adro, para solicitar-lhe benevolência e água-benta para o rapaz.
A igreja era frequentada, também, por médico, amigo de meu pai, que ao vê-lo apressou-se a cumprimenta-lo.
Conversavam, quando apareceu o professor.
Meu pai fez o pedido, e pintou o drama do mocinho, apelando para o facto de também ser pai.
O professor, meio atrapalhado, esfregava as mãos, mordia os lábios, olhava para o céu, como procurasse inspiração, e declarou:
- Na oral, pode contar comigo… mas na escrita…
Nesse momento, o médico, virando-se para o assarapantado professor, disse:
- Ora…Você não conhece a letra dos seus alunos?!…
- Sim…Mas… - respondeu o homem.
- Mas…Quando vai ao meu consultório pedir atestado, por ter estado doente, eu sei que é falso… mesmo assim, faço-lhe o favor de acreditar…
- Mas…Compreende…Não posso…; não devo…; não gosto…; nem seria justo…
- Pois eu também não gosto de fazer ilegalidades…; portanto: só passo atestados, sabendo que realmente esteve doente… - Concluiu o médico, que tinha um coração de oiro, segundo constava.
Não sei se o professor fez ou não o jeitinho. Apenas sei que o rapaz parece que passou.
Tudo isso ocorreu há muito mais de meio século, mas creio, que a cunha e o jeitinho continuam…
É instituição nacional. Há quem diga que não faz favores, para não ser incomodado; mas, quando, quem o pede, é pessoa de peso, e pode-lhe fazer jeitinhos…lá vai, muito contrariado, intercedendo… Não vá o diabo tecê-las, e vir a precisar…É que a porta pode fechar-se… em nome da legalidade…
Não sou a favor de jeitinhos, mas por vezes, pode mudar uma vida…sem prejudicar, seja quem for.
A concessão de abono natalino a servidores públicos
Pessoalmente, não vejo nenhum problema no pagamento de abono natalino a servidores públicos, desde que seja autorizado por uma lei, apesar de muita
25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril
A narrativa do 25 de Abril tem sido, intencionalmente, uma história não só mal contada, mas sobretudo falsificada e por isso também não tem havido
Tive acesso, sábado, dia 16 de novembro, a uma cópia do relatório da Polícia Federal, enviado pela Diretoria de Inteligência Policial da Coordenaçã
Pensar grande, pensar no Brasil
É uma sensação muito difícil de expressar o que vem acontecendo no Brasil de hoje. Imagino que essa seja, também, a opinião de parcela expressiva da