Quarta-feira, 9 de outubro de 2013 - 20h36
Viviane Paes
É quase impossível hoje em dia encontrar alguém no Brasil que não tenha conta em uma rede social?! Se formos levar em consideração os moradores dos grandes centros e capitais que possuem computador em casa pode ser dizer que sim. Estas ditas redes – que realmente saem pescando pessoas de diversos níveis sociais aproximaram conhecidos, desconhecidos, celebridades; promoveram separações, encontros entre pais e filhos; renderam milhares de processos de calúnia e difamação e muito mais nos seus nove anos de criação. Isto falando no Orkut e no Facebook criados em 2004.
Segundo a Socialbarks, empresa de estatística sobre mídias sociais, no ano passado o Brasil foi o país que mais cresceu números de usuários do Facebook, de 35,1 milhões para 64,8 milhões. Neste ranking só ficamos atrás dos Estados Unidos e deixamos a Índia em terceiro lugar. Quem dera esta classificação fosse da nossa Educação, da nossa Saúde, do nosso saneamento básico... Ok não mudarei de assunto! Segundo a mesma pesquisa os 64,8 milhões correspondia a 32,4 % da população brasileira, na época 201, 1 milhões de pessoas. O maior grupo de brasileiros nesta rede tem entre 18 a 24 anos (20,8 milhões) e me surpreenda – 54% do total de faceiros são mulheres!
Como rata de biblioteca que sempre fui demorei um pouco a ingressar nas duas grandes redes, mas depois que ponderei as vantagens e desvantagens que elas oferecem me tornei uma usuária ponderada, ao menos eu acho. Meu marido não concorda. Como ele é minoria neste processo nem vou levar em conta!
As redes sociais para mim são com minhas amizades: poucas e consistentes. Nunca fui aquela da música de um milhão de amigos. Aprendi como filha única que quantidade nem sempre é qualidade e isto vale muito para o mundo on line onde a maioria esquece que faz parte do mundo real. Quantas pessoas o leitor conhece que desfez amizades, brigou com a família, perdeu o emprego ou foi ameaçado de perdê-lo por um “inocente” post?!
Um dia destes encontrei uma amiga que não vejo com frequência nos dois mundos. Fiz a pergunta clássica: Você sumiu do Face? Depois que falei percebi o fora que dei. Poxa encontro a pessoa na minha frente e já tasco uma destas?! A resposta foi bacana e reforçou algo que sempre acreditei. Ela disse que tinha deixado de colocar comentários e fotos sobre sua vida porque se a vida de sua família muito exposta. Segundo ela algumas coisas que estavam encaminhadas na vida profissional foram interrompidas de forma estranha. Não precisa ser adepto de muitas filosofias positivistas para entender a lógica deste comentário. É assim mesmo! No normal não saímos comentando com todos o valor do salário que iremos receber, quantas vezes dividimos o financiamento do veículo, que o chefe é um carrasco, que fomos traídos que traímos...
Meu lema sempre foi: da minha vida as pessoas só sabem o que quero que elas saibam e quando quero! Não compartilho meus sonhos, metas e realizações com tudo e todos de jeito nenhum. É uma questão de princípios, criação, sei lá. Entretanto tem funcionado até aqui. No início até me empolguei e fui adicionando os novos amigos que apareciam, depois quando tinha que selecionar os usuários que iriam ver meus comentários e fotos e percebi que a maioria não estava incluída neste processo e vi que tinha me perdido na empolgação do quem tem mais amigos virtuais e desfiz sem dó 600 amizades.
Na semana passada li no El País que uma estudante americana colocou uma foto onde contava dezenas de dólares com avó. Resultado sua casa foi assaltada no final tarde. Na mesma semana os sites de notícias brasileiros deram destaque para a possível suspensão dos serviços do Facebook no Brasil por conta de um processo judicial movido por uma apresentadora que teve um imbróglio com um vizinho e resolveram resolver a situação na rede social.
Ainda tem as invasões dos perfis onde colocam mensagens e fotos que não são de nossa autoria para o simples prazer de mostrar o poder de “rackear”. Até conseguir provar sua inocência dependendo da gravidade da situação o estrago já foi feito e como diziam antigamente uma reputação idônea não tem preço, para jogá-la na lama é um segundo para limpá-la uma vida!
Meu filho de oito anos me perguntou no último sábado quando irá ter uma conta de e-mail igual à irmã que tem 18 anos e alguns amigos da escola. Eu perguntei a ele por que queria fazer isto. Ele disse para falar com os amigos! Expliquei que ele pode e deve fazer isto quando está na escola, nos finais de semana convidá-los para vir em nossa casa. E ele disse que era melhor mesmo esta opção, pois não gostava de ficar distante das pessoas reais. “Mas é legal quando converso com meus amigos e parentes pelo Skype”, complementou meu filho. E é claro que ele já viu no noticiário, que adora, casos de crianças vítimas de crimes sexuais através da internet.
Aparentemente não estamos nos distanciando da vida de verdade nas redes sociais – pior que isto está nos tornando menos reais na vida e neste ponto a humanidade corre perigo. Não é por acaso que crimes movidos à ilusão e fantasia provocados por alguns jogos de ação aumentam a cada dia em todo mundo.
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