Quinta-feira, 8 de dezembro de 2016 - 14h49
Professor Nazareno*
Hoje no Brasil está virando moda em qualquer manifestaçãozinha de esquina que consiga reunir 10 ou 12 pessoas para reivindicar a mais tola e inútil das coisas, dizerem e gritar aos quatros cantos que o povo acordou. “O povo agora está mais consciente e não aceita facilmente ser usado pelos governantes hipócritas e exploradores”, é o mantra que mais se ouve. Só que é uma das maiores mentiras que já se ouviu. É uma tolice sem tamanho. Uma desinformação absurda. Onde foi que o povo acordou? Onde foi que o povo alienado, despolitizado, acomodado e explorado, de uma hora para outra, ficou consciente de seus direitos e deveres? No Brasil não foi. Usa-se como sempre o nome do povo como se ele fosse algo importante. Antes se dizia: “o povo unido, jamais será vencido”. Hoje, marotamente, coloca-se o povo nas manchetes.
No Brasil se usa o povo como Bombril. Tem serventia para tudo, principalmente os pobres. Nas campanhas políticas, por exemplo, não existe nada melhor, e mais fascista, do que usar aqueles cidadãos, em cuja boca metade dos dentes está podre e a outra metade está fedendo a merda, para fazer proselitismo político. O pobre dá entrevista, recebe candidatos ricos em sua humilde casa e com eles toma café e almoça. Reúne o que chama de família e apresenta ao futuro prefeito ou deputado. O miserável do pobre é paparicado, adulado e até acredita que tem alguma importância além do seu mísero voto. Terminadas as eleições, nenhum candidato volta àquela pocilga longe, podre, violenta e infecta. Nem para agradecer os votos que conseguiu com as suas mentiras e promessas. Pobre só serve para isso: ser enganado e passar necessidade.
A lorota agora é dizer que o povo acordou, participa dos debates nacionais e está em plena ebulição sociológica. “Me engana que eu gosto”. O povo interessado por política nem na Revolução Francesa. Não sei de onde tiraram esta piada infame. O povo está assistindo à Globo e outras emissoras reacionárias e se divertindo com programas igualmente reacionários, idiotas e fascistas. Muitos estão fazendo churrasco na laje e bebendo cerveja barata e cachaça ruim. Povo geralmente não tem tempo para participar de política muito menos de manifestações de rua. Primeiro por que não tem leitura de mundo nem estudos. Depois por que não consegue entender que a sua desgraça de vida está ligada às maracutaias e decisões políticas. Pobre no Brasil é massa de manobra. Sempre foi. E não sabe por que é usado pelos outros mais politizados.
Nas manifestações, o pobre geralmente veste camisa amarela da seleção nacional e vai gritar nas ruas a favor dos direitistas. Muitas vezes nem sabe o porquê de estar ali. Quando o aglomerado é da esquerda, lá está ele de novo no meio dos “intelectuais” gritando palavras de ordem e reclamando de tudo. Um verdadeiro revolucionário semianalfabeto e desdentado da favela. Dos 206 milhões de brasileiros acredita-se que pelo menos oitenta por cento deles sejam cidadãos sem a menor leitura de mundo que age politicamente sempre como uma “Maria vai com as outras”. Basta observar os resultados das últimas eleições municipais. Em Porto Velho, por incrível que pareça, a composição da Câmara Municipal, por exemplo, é o retrato fidedigno de eleitores ignorantes e descompromissados com o futuro. O Brasil, assim, continuará deitado em berço esplêndido esperando um milagre para resolver a sua caótica e pobre situação.
*É Professor em Porto Velho.
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