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O RISCO DA CHAPA BRANCA


Todas as entidades fiscalizadoras que elegem as chamadas chapas brancas correm o risco de perder sua razão de ser. Isso porque quem fiscaliza não pode estar comprometido com o fiscalizado. Essa união é explicitamente espúria e, mais cedo ou mais tarde, trará danos para os que dependem de sua proteção.

Eis um exemplo em franco andamento: em relação às eleições dos novos conselheiros do Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia, o Cremero, que acontecerá em agosto próximo. Um grupo de colegas, com propósito de dar suporte a pressupostos que não atendem aos legítimos interesses da classe médica e, muito menos e principalmente, à população esquecida de Rondônia, quer tomar de assalto nosso Conselho.

Vejam o perigo, senhoras e senhores: se com tantas fiscalizações e críticas procedentes do Cremero a situação está como está, quanto mais se o nosso órgão de ética for amordaçado por aqueles que, traindo seus verdadeiros propósitos, visando benesses pessoais, submete-se a governos que não estão nem aí para o caos implantado há muito em nosso malfadado setor de saúde.

Estamos avisando: o monstro está sendo bem alimentado nos castelos do poder. Quando ele sair de lá, fantasiado de cordeirinho, dizendo-se salvador da pátria, não se deixe iludir, prezado colega! Na verdade o que querem é se empoleirar em algum lugar de mando para prejudicar seus desafetos e, principalmente, lambuzarem-se com mel que os protagonistas do poder vigente lhes oferecem.  Com isso, vendem por um punhado de caramelos nossa honra e a nossa dignidade. Isso consumado, balançarão suas cabecinhas como verdadeiras vacas de presépio, ao preço de tempos ruins para a nossa classe e piores ainda para o povo sofrido do nosso estado.

Um dos sinais patognomônicos da “Síndrome dos Vira-Casacas” é a mudança de discurso e de lado num incoerente passe de mágica: até ao cair da noite, discursos inflamados contra os mandatários de plantão, os diabos da vez. Ao longo da madrugada, conchavos onde são negociados valores morais em troca de trinta moedas, como quem negocia bananas em fins de feira. Ao amanhecer do dia seguinte, sem que nenhuma mente sensata entenda o porquê, os mesmos indivíduos, verborreicos, apresentam os demônios da véspera como se fossem arcanjos imaculados.  Aqueles que mudavam de calçada quando avistavam estes do mesmo lado, passam desfilar de mãos dadas e até a trocar afagos “mui amigos”.

Antes que seja tarde, conclamamos a todos que defendem uma classe médica briosa, sem coleiras de qualquer ordem, para que usem os megafones que dispuserem para defender o nosso Cremero, antes que o órgão seja tomado de assalto por vendilhões dos nossos melhores valores. Afinal, trata-se de um conselho de ética onde, rigorosamente, não deve haver espaço para aqueles que não são exemplos vivenciais dessas práticas.

Olho vivo, colegas!

Fonte: Ascom

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