Terça-feira, 20 de novembro de 2012 - 12h17
O Brasil é um dos países mais racistas que existem. O racismo no Brasil é escamoteado, dissimulado, e caminha oculto como fogo em serragem. Se perguntar para qualquer brasileiro se é ou não racista a resposta será sempre não. É normal porque não se percebe o apartheid secular que nos é transmitido desde a colonização brasileira quando a mão de obra escrava era a força motriz do desenvolvimento dos grande latifúndios.
O Brasil tem uma dívida enorme com os negros e não consegue fazer algo inteligente para quitar. O atraso de o negro se incorporar como parte integrante do povo brasileiro se deu porque o país foi o último a alforriar definitivamente seus escravos, a maioria comprados em nações negras africanas. E o que mais tempo o subjugou se apropriando de sua mão de obra. De vez em quando há um gesto do governo nos sentido de amenizar a consciência e tentar reparar os efeitos nefastos de tantos anos de escravidão e submissão imposta à eles. Ora o Brasil perdoa dívidas de nações negras ora tenta implantar políticas afirmativas no sentido de integrá-los à nação.
Mas até quando a elite brasileira tenta fazer algo para reparar injustiças e erros históricos acabam por perpetuá-los. As cotas raciais nas universidades são no meu ponto de vista um destes equívocos cometidos por nossa elite política. Ao invés de integrar o negro na sociedade elas os segregam ainda mais os colocando como seres inferiores, quando não o são. Não deveria ser este o propósito e o fim da lei. Como sempre há espertos para se beneficiar da legislação. Ela acabou se tornando uma verdadeira colcha de retalhos que abriga pardos, morenos, amarelos, mestiços a aquarela inteira, menos o que de fato deveria ser justiçado.
Para desmistificar esse mantra da inferioridade da cor da pele personagens negras em todo o mundo se superaram e demoliram os mitos da superioridade da raça e da cor. Essas celebridades estão na arte, na ciência, no esporte, na religião, na política, na Justiça em todas as nações. Basta lembrar Martin Luther King, Nelson Mandela, Mohamed Ali, Pelé, Michel Jordan, Tiger Woods, Abdias do Nascimento, Lima Barreto, Zumbi dos Palmares, entre tantos. Destaco com um dos grande feitos da era contemporânea a que foi protagonizado por Jesse Owens, na olimpíadas de 1936, na Berlin alemã de Hitler que tentava mostrar ao mundo a superioridade da raça ariana. Owens derrotou a “superioridade branca” conquistando quatro medalhas contra adversários alemães, obrigando Hitler a deixar o estádio para não ter que cumprimentar o “africano auxiliar dos americanos”. Era assim que o tirano o chamava.
São vários os exemplos que desmistificam o mito da superioridade da cor da pele que deveriam ser objetos de seminários nas escolas numa semana de reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira com o advento do Dia Nacional da Consciência Negra nesta terça-feira (20). É uma boa maneira de começar a integrar os negros sem necessariamente perpetuar a segregação através de cotas raciais e outras invencionices. O tempo e somente ele, ensinará às futuras gerações a equação da igualdade racial e a convivência pacífica entre as diferentes cor da pele. E se faltar personalidade negra para se estudar, sugiro um senhor negro, ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil que atende pelo nome de Joaquim Barbosa. Ele está demolindo o mito de que a Justiça não alcança os poderosos para puni-los.
Fonte: Vitor Paniágua, jornalista.
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