Terça-feira, 24 de fevereiro de 2015 - 05h04
Dom Orani João Tempesta*
Uma das práticas que a liturgia quaresmal nos aponta para intensificarmos neste tempo é a oração. Encontramos essa necessidade mesmo fora do cristianismo: a oração é um fenômeno antropológico, isto é, todos os homens, de uma forma ou de outra, rezam, sentem a necessidade de se relacionar com Deus, de buscar o transcendente. O diálogo com Deus ocupa, certamente, o primeiro lugar para quem decide dar-se a uma vida interior intensa. Deus se doa a quem, totalmente e sem reserva, a Ele se doa. Para nós a oração é a um Deus próximo, que nos fala ao coração, e que enviou o seu Filho para morar conosco.
A mística da vida de oração nos faz viver diante de Deus respondendo ao chamado de “orar sem cessar”. Ouvir o Senhor que nos fala ao coração e falar de nossa vida e situação agradecendo, louvando, pedindo. Alicerçados principalmente na luz da Palavra de Deus, que é luz para nosso caminho e nos ajuda no caminho da vida de oração.
A vida interior é uma vida de oração. Cada um deve encontrar tempo para estar com o Senhor em íntima comunhão e diálogo de amizade. Sem a vivência dos valores espirituais e evangélicos, não é possível ter conhecimento experiencial de Deus.
Qualquer pessoa que queira desenvolver a sua vida espiritual deve todos os dias encontrar o tempo suficiente para dedicar-se a determinados atos de oração. Assim como neste tempo somos chamados à ascese, como penitência para acolhermos a conversão, a mística que nos faz viver em comunhão com o Senhor deve estar em nossa vida a cada instante.
Na Bíblia, não encontramos nenhuma definição de oração, mas situações descritivas de homens e de mulheres que rezam. Na experiência mística de tantos irmãos e irmãs nossos, ao longo dos séculos, muitos santos, teólogos, místicos partilharam esta experiência desse misterioso e vivo diálogo com Deus. Santa Teresinha nos oferece uma explicação: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, um grito de reconhecimento e amor, no meio da provação ou no meio da alegria”.
Nunca devemos nos esquecer de que a oração, mais do que esforço pessoal ou iniciativa humana, é um dom gratuito de Deus. E, sendo Deus amor, inicia o diálogo, procura-nos. Como bem disse São João da Cruz: “Se é verdade que o homem procura a Deus, ainda mais é verdade que Deus procura o homem”.
A Quaresma é um tempo especial em que a Igreja nos convida à prática do jejum, da esmola e da oração, a fim de que nós possamos nos preparar integralmente para reviver a vitória sobre a morte que Cristo veio trazer para toda a humanidade.
Pela oração, tornamo-nos mais próximos de Deus, conversamos com Ele, pedimos, agradecemos, mas também aprendemos a escutar. Escutamos Deus através do nosso exame de consciência, através de nossas orações e através da análise dos acontecimentos.
*Dom Orani João Tempesta é Cardeal Arcebispo Metropolitano da cidade do Rio de Janeiro, RJ.
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