Segunda-feira, 18 de maio de 2015 - 13h14
Professor Nazareno*
Como no livro “A Revolução dos Bichos” de George Orwell, lançado em 1945 na Inglaterra e que mostra uma sátira ao comunismo implantado na União Soviética, a situação política no Brasil, associada à corrupção endêmica no aparelho estatal e na sociedade com um todo, parece querer imitar aquela ficção quando os porcos Napoleão e Bola de Neve tomam o poder e lideram uma revolução para comandar a vida numa granja. Só que tudo depois volta a ser como antes, mas as propagandas fazem as pessoas acharem que estão no paraíso. Aqui, com a queda da Ditadura em 1985 até os dias de hoje, a situação econômica do país não melhorou muito, embora se alardeie aos quatro cantos do mundo que vivemos eras de modernidade na sociedade e que os governantes sempre trabalharam em benefício do povo, que bovinamente os conduz ao poder.
Claro que durante os anos de chumbo entre 1964 e 1985, a situação política no país era uma desgraça. Do ponto de vista da economia, as coisas também não eram lá essas maravilhas. E mesmo levando-se em conta que as situações socioeconômica e política hoje são muito melhores do que naquela época, é preciso fazer algumas análises dos respectivos governos que sucederam os militares. Sarney e seus malditos planos econômicos só serviram para transferir ainda mais renda para a elite. Nunca neste país as classes mais abastadas do país ganharam tanto dinheiro como naquela época. Depois entra Collor, democraticamente eleito, mas que oficializou a corrupção como uma política de Estado. Foi afastado por roubo. A seguir, os oito anos de FHC que com o seu Neoliberalismo oco e as privatizações transferiu ainda mais renda para a elite do país.
A partir de 2003, quando “os pobres”, enfim, chegam ao poder maior com o PT e sua turma, a corrupção tomou conta do aparelho estatal em todas as suas entranhas. Do Mensalão ao Petrolão, passando pelos governos estaduais e pelas prefeituras, nunca se roubou tanto dinheiro público neste país como agora. Na Assembleia Legislativa de Rondônia e na Câmara Municipal de Porto Velho, por exemplo, o festival de rapinagem patrocinado pelos legisladores, colocados lá pelo sagrado voto do povo, se tornou uma rotina macabra. Ano após ano, os escândalos pipocavam nestas duas casas legislativas do Estado envolvendo parlamentares de todos os partidos políticos ali representados. O pior: no país inteiro os poderes constituídos em todas as instâncias eram sacudidos pela falta de ética e de vergonha. Poucos estão presos e os assaltos continuam como nunca.
O povo perde, o país perde, todos perdem, mas a situação insiste em não mudar. No entanto, a corrupção nos trouxe alguns ensinamentos: “No Brasil não se assenta um único paralelepípedo se não correr dinheiro por fora”, “Propina é investimento” e a mais nova “O povo é um mero detalhe”, estas duas últimas vindas de Roubônia, um dos Estados onde mais se assalta o Erário. Mas verdade seja dita: na Assembleia Legislativa de Rondônia, por exemplo, na atual legislatura ainda não foi verificado nenhum escândalo de porte. Nossa ALE não é mesmo um primor? Já pensou se não aparecer nenhuma roubalheira nas nossas duas mais importantes casas legislativas? Se isso acontecer, muita gente vai embora daqui, pois será uma decepção que Roubônia não acompanhe a tendência do país. Como na ficção de George Orwell, parece que o povo só é feliz quando está sendo roubado, explorado. Devíamos, então, trocar os porcos?
*É Professor em Porto Velho.
Ex-metalúrgico, Luiz Inácio Lula da Silva caminha para fechar seu terceiro mandato como presidente do Brasil. É um político respeito nos fóruns inte
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