Domingo, 23 de março de 2014 - 07h55
No Brasil, parece que cada dia aumenta o número de pessoas que se julgam
acima das demais. Trata-se de um grupo pequeno, de acordo com a lógica de
que as coisas relevantes e os entendimentos profundos são para poucos.
De fato, existem pessoas que se aprofundam na maioria das questões em que
se envolvem. No entanto, uma grande parte se coloca como ser superior sem
ter nenhuma noção das posições que defende. Só eles têm a forma correta de
entender e interpretar o mundo. Qualquer outra posição ou entendimento
diversos são menores, são desqualificados e não merecem atenção.
Esse pensamento está presente em todas as classes sociais. Elas não ouvem
rádio e não veem televisão por serem superficiais demais; não leem jornal
de grande circulação por só defender as elites dominantes. Entretanto,
conhecem e comentam tudo que acontece em todos esses veículos, talvez por
mero acaso.
Na atual conjuntura, são críticos contumazes das revistas *Veja *e
*Época*e de mais algumas por serem adversárias "golpistas" do atual
governo, como
se existisse, na história da humanidade, algum governo que não se sentisse
perseguido pela imprensa.
Por exemplo, para eles, a responsabilidade pela violência é dos programas
sensacionalistas, dos jornais que se forem retorcidos derramariam sangue.
Não fazem uma crítica sequer aos governos, os responsáveis diretos pela
violência generalizada e sem nenhum controle.
São tremendos pessimistas com relação à sociedade, embora neguem
veementemente. Seu otimismo se caracteriza por negar os fatos sempre com
uma frase apaziguadora como "não é bem assim", "em todo lugar tem violência
e corrupção" e "hoje está melhor do que antes". Não apontam uma medida de
fato que esteja sendo colocada em prática com resultados. De novo, a culpa
é da sociedade por ser imediatista e por que os resultados só vêm em longo
prazo. Só esquecem que essa frase vem sendo utilizada há mais de cinco
décadas.
Intitulam-se positivistas, mas não se dão conta de que se trata de um
otimismo gratuito, sem nenhuma correlação aos fatos, sempre muito longe da
realidade. Vale mais afirmar que um assalto fora evitado do que apontar os
99% que não são solucionados ou nem sequer levados ao conhecimento das
autoridades. O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli parece ser
um exemplo acabado desse tipo de otimismo. Ele afirmou na imprensa que a
compra da refinaria Pasadena foi o bom negócio, mesmo o Brasil
desembolsando um bilhão e duzentos milhões de dólares na aquisição de uma
empresa que custara 45 milhões um ano antes. Não pode existir nada mais
positivo do que uma compra perdendo um bilhão de reais.
Todo aquele que ousar contrariá-los, são imediatamente tachados de leitores
de Veja, Folha de S.Paulo, do Estadão ou de qualquer outro grande jornal.
Esse grupo tem por característica estar atrelado aos governos, em regra em
cargos ou funções comissionadas. São assessores, assistentes ou similares.
Na prática, não são capazes de mudar uma mesa de lugar no âmbito do
trabalho. Ao mesmo tempo, garantem que não tem evolução no país que não
tenha vindo de suas mãos ou resultado de seus pensamentos.
Em vez de condenarem os quase 50 mil assassinatos por ano - número maior do
que em qualquer guerra no mundo inteiro - outros tantos mortos no trânsito,
eles culpam os jornalistas Datena e Marcelo Rezende, ou a Rede Globo, ou a
"imprensa golpista". Quando não são específicos, generalizam a culpa pelas
mazelas ao brasileiro. Assim mesmo: na terceira pessoa, ficando sempre de
fora. Por serem inconsistentes e desprovidos de justificativas lógicas, os
seus pensamentos e entendimentos profundos têm base no vácuo gigantesco
entre o que se acham e o que realmente são.
Pedro Cardoso da Costa
Bacharel em direito
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