Domingo, 13 de abril de 2014 - 05h11
A Semana Santa presidida pelo Papa Francisco, em Roma, teve início às 9.30 da manhã, na Praça de São Pedro, com a bênção e procissão dos Ramos, seguindo-se depois a celebração eucarística com a proclamação da Paixão segundo São Mateus.
Este domingo corresponde também ao vigésimo nono Dia Mundial da Juventude, celebrado este ano a nível diocesano, tendo como tema “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”.
Muitíssimos os jovens presentes na Praça de São Pedro, com o Papa, no meio de uma assembleia com largas dezenas de milhares de peregrinos, provenientes de muitas partes do mundo.
O Papa utiliza nesta celebração um báculo que foi feito e lhe foi oferecido pelos presos da Cadeia de São Remo, em Itália. É muito simples, em madeira de oliveira, tendo ao cimo a cruz e incluindo também o brasão do Papa.
Na homilia, improvisada, o Papa, evocando os diversos personagens que interferem na Paixão do Senhor, questionou os fiéis sobre a sua atitude perante Jesus.
“É bom que nos façamos uma pergunta: quem sou eu, quem sou eu diante do meu Senhor, quem sou eu diante de Jesus que entra em festa em Jerusalém? Sou capaz de exprimir a minha alegria, de o louvar, ou ponho-me à distância? Quem sou eu diante de Jesus que sofre?”
O Papa Francisco evocou os “muitos nomes” presentes no relato da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. O Papa recordou em particular a figura de Judas, o “traidor”, que vendeu Jesus por 30 moedas e “finge” amá-lo para o entregar.
“Sou eu?”, perguntou Francisco, ao longo da homilia, num apelo ao exame de consciência enquanto lembrava os discípulos que “não entendiam nada” do que se estava a passar ou aqueles que aguardavam uma oportunidade para prender Jesus.
A intervenção referiu-se ainda a Pilatos, que “lava as mãos” para não assumir a sua responsabilidade, ou a multidão que “não sabia se estava numa reunião religiosa, num julgamento ou num circo” e para quem era “mais divertido” humilhar Jesus, como também fizerem os soldados.
O Papa elogiou as “mulheres corajosas”, que acompanharam sempre Cristo, e José (de Arimateia), o “discípulo escondido” que levou o seu corpo para a sepultura.
“Onde está o meu coração? A qual destas pessoas me pareço? Que esta pergunta nos acompanhe durante toda a semana”, concluiu o Papa a sua intervenção, integralmente improvisada.
No final da Missa, o Santo Padre dirigiu uma especial saudação às delegações brasileira e polaca presentes. Recordando que neste domingo se celebra, em todo o mundo, a nível diocesano, a Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco referiu a entrega que ia ter lugar, da parte dos jovens brasileiros, a um grupo de jovens de Cracóvia, da Cruz que há 30 anos João Paulo II confiou à juventude “para que a levasse por todo o mundo como sinal do amor de Cristo pela humanidade”.
“No próximo dia 27 de abril teremos todos a alegria de celebrar a canonização deste Papa, juntamente com João XXIII. João Paulo II, que foi o iniciador das Jornadas Mundiais da Juventude, passará a ser o seu grande patrono: na comunhão dos santos, ele continuará a ser para os jovens do mundo, um pai e um amigo”
Saudando de modo particular as delegações do Rio de Janeiro e de Cracóvia, lideradas pelos respectivos arcebispos, o Santo Padre anunciou (oficialmente) que, “se Deus quiser, a 15 de agosto próximo, em Daejeon, na República da Coreia, se encontrará com os jovens da Ásia, no seu grande Encontro continental…
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