Sexta-feira, 16 de janeiro de 2015 - 18h15
Professor Nazareno*
Como não entendo e nem sigo uma religião e muito menos a política, além de muitos outros temas, não me sinto à vontade para falar, de novo, sobre os atentados terroristas que sacudiram Paris e o mundo ocidental na semana passada. A mídia, mais uma vez, convenceu todos a aderirem ao tolo mantra “Je suis Charlie (Eu sou Charlie)” sem medir as consequências. A briga parece que vai render ainda muitos capítulos. A intolerância dos muçulmanos, no entanto, foi aplaudida por muitas pessoas ao redor do mundo. Hipocritamente disfarçada de “nada justifica o terrorismo e a violência”, chefes de Estado, governantes, autoridades e principalmente pessoas normais condenaram os atentados, mas com ressalvas. Muitas ressalvas. “Ninguém pode falar mal da religião dos outros”. Ou então: “os jornalistas cutucaram a onça com vara curta”, disseram.
Não quero ensinar a ninguém o que é liberdade de expressão e como ela funciona. Nem mostrar quais são os limites de interferência do Poder Público em relação a esse tema, mas percebe-se que muita gente não sabe do que se trata nem como conviver com tal fato que antecede à Revolução Francesa no final do século dezoito. O respeito ou a falta dele, de que muitos falam, para justificar o uso dos fuzis, não está acima da liberdade de opinião. Se alguém se sentir prejudicado com uma crítica, com o contraditório, que busque judicialmente, como nas democracias modernas, o seu direito de ser ressarcido pelos danos sofridos. Com uma declaração ambígua e absurda sobre este assunto, o Papa Francisco surpreendeu o mundo ao afirmar que defende o direito de expressão, mas admitiu ser errado provocar os outros ao se insultar a religião alheia.
Seguindo um rumo totalmente diferente do de Cristo e do maior e mais puro sentido da religião cristã, o argentino Jorge Bergoglio afirmou em recente entrevista que “daria um murro em quem falasse mal de sua mãe”. Foi infeliz, pois suas declarações não só justificam e respaldam o terrorismo e o recente massacre sofrido pelos jornalistas franceses como também atentam contra a própria Bíblia, o livro sagrado de todos os cristãos. Como bom cristão que diz ser, o representante dos católicos deveria dar exemplo e fazer como o seu mestre, pois está escrito em Mateus, capítulo 18, versículos 21 e 22: Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes”? Jesus respondeu: “Eu digo a você: não até sete, mas até 70 vezes sete”. Ou seja, 490 vezes.
Como os muçulmanos mais radicais, o Papa não perdoaria nem uma única vez. Dava logo um murro em quem lhe ofendeu. Se falassem mal de Jesus, qual seria a sua reação, por exemplo? Dar o outro lado da face, nem pensar. O fundamentalismo em qualquer religião parece ser o último suspiro da fé. Ou elas se modernizam ou desaparecem para sempre. Não vivemos mais na época das Cruzadas nem dos Tribunais da Santa Inquisição e já se sabe que a Terra é redonda, nunca foi o centro do universo, a homossexualidade não é mais uma doença, o código genético humano foi desvendado, descobriram a lei da gravidade, os anticoncepcionais, a união estável é uma realidade e também já se chegou à cura de muitas doenças. Religiões e religiosos precisam se atualizar e acompanhar este ritmo frenético do ser humano. A intolerância ao diferente e a teses contrárias deve ser resolvida à base do diálogo e não a balas. Ou com murros.
*É Professor em Porto Velho.
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