Domingo, 22 de fevereiro de 2015 - 05h05
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
Dentro da quaresma nos é proposto um momento oportuno de reflexão. Somos chamados a fazer exercícios espirituais intensos e de uma acurada revisão de nossa vida e do nosso agir cristão. Por ocasião da quaresma quero propor algumas “gotas” de santidade para a nossa profunda renovação espiritual.
Começo fazendo uma pergunta ao meu leitor: você participa todos os domingos da celebração da Santa Missa? Não vou nem fazer aquela pergunta clássica se você vai assistir à missa, porque isso não existe, você vai é participar, você é ativo, enquanto Assembleia orante dos fiéis, na celebração da Santa Missa.
Na celebração dominical da Santa Missa nós nos reunimos enquanto comunidade eclesial de fiéis. Não existe este negócio de que eu não vou na missa, porque rezo em casa. A única oração agradável a Deus, no recesso de nosso quarto, é a oração individual. Ninguém de nós é ilha, reza sozinho. Por isso a missa é a atualização da paixão, morte e ressurreição de Cristo, conforme a realização do desígnio do Pai: “Jesus se ofereceu na cruz por nós, cumprindo em si mesmo as suas próprias palavras quando disse que: ‘ninguém tem maior do que aquele que dá a sua vida por seus amigos, por quem ama”(Jo 15,13).
A missa é a maior e a mais sublime festa que um batizado deve participar: o que somos e temos, nós recebemos gratuitamente do Senhor, por isso devemos ser agradecidos ao Criador, participando da Santa Missa, que é um preceito dominical. Como é bonito ver famílias unidas chegando para a celebração da Santa Missa. Não por desencargo de consciência ou por pseuda obrigação. Participar, com alegria e ação de graças, da atualização dos mistérios da nossa fé, da Santa Missa quando adoramos ao Deus Uno e Trino, agradecendo as obras de Deus, elevando a nossa gratidão aos céus, para pedir os nossos pedidos, para pedir pelo sufrágio dos fiéis defuntos, para receber o Santíssimo Corpo e o Santíssimo Sangue de Jesus, sua Alma e Divindade.
Agora, duas são as condições para comungar na Santa Missa: primeiro é estar em estado de graça, ter confessado, cumprindo a penitência como satisfação pelos pecados cometidos e segundo é observar o jejum de uma hora até o momento de comungar. Como não vamos saber quanto tempo será a celebração da Santa Missa é bom jejuar uma hora antes do início da celebração.
A semana tem 178 horas. A missa, via de regra, tem a duração de uma hora. Como negarmos a Santíssima Trindade este tempo dominical de adoração?
Mais quem vai presidir ou participar da Santa Missa deve ser uma pessoa bondosa, uma pessoa que quer o bem aos seus irmãos e irmãs. Ensina o Papa Francisco que: “A resposta do cristão não pode ser diferente da que Deus dá à nossa pequenez. A vida deve ser enfrentada com bondade, com mansidão. Quando nos damos conta de que Deus se enamorou da nossa pequenez, de que Ele mesmo se faz pequeno para melhor nos encontrar, não podemos nos encontrar, não podemos deixar de lhe abrir o nosso coração pedindo-Lhe: ‘Senhor, ajudai-me a ser como Vós, concedei-me a graça da ternura nas circunstâncias mais duras da vida, dai-me a graça de me aproximar ao ver qualquer necessidade, a graça da mansidão em qualquer conflito”.
Jesus se dá a cada um de nós, sem mérito algum de nossa parte! Vamos participar da Santa Missa aos domingos. Vamos chamar os nossos parentes, amigos e conhecidos que estão afastados desta prática celestial. Vamos fazer um exercício quaresmal de participar aos domingos das missas, se possível, fazendo as sextas-feiras e participando da Via Sacra.
Ao chegar para a Missa vamos abrir nosso coração para Cristo, porque ele é o pão descido do céu que veio nos salvar. Por isso domingo sem missa, semana sem graça de Deus!
Fonte: CNBB
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