Quinta-feira, 26 de dezembro de 2013 - 06h50
Paiva Netto
Mundo em guerra, ou melhor, mundo sempre em guerra. Então, é igualmente hora, no raiar de mais um ano, de falar na Paz e de lutar por ela, até que seja alcançada, incluída a paz no trânsito, em que os desastres vitimam tanta gente. Um dos perigos que a Humanidade atravessa é a vulgarização do sofrimento. De tanto assistir a ele pela necessária mídia, parcela dos povos pode passar a tê-lo como coisa que não possa ser mudada. Eis o assassínio da tranquilidade entre pessoas e nações quando se deixam arrastar pelo “irremediável”. Ora, tudo é possível melhorar ou corrigir nesta vida, como no exemplo de Bogotá.
Se, pelo massacre das notícias trágicas, as famílias se acostumarem ao absurdo, este irá tomando conta de suas existências.
Todos estão profundamente preocupados com a selvageria que campeia na Terra, à cata de uma solução para pelo menos diminuir a violência, que saiu dos lugares ocultos, das madrugadas sombrias, ganhou as ruas e os lares, pois invadiu as mentes. Contudo, hoje, cresce o entendimento de que, se há violência, não é só problema dos governos, das organizações policiais, marcantemente, porém, um desafio para todos nós, sociedade. Se ela saiu da noite escura e mostrou-se à luz do dia, é porque habita o íntimo das criaturas. Existindo nas Almas e nos corações, se fará presente onde estiver o ser humano.
SOCIEDADE SOLIDÁRIA E ALTRUÍSTICA
Debate-se em toda a parte a brutalidade infrene e fica-se cada vez mais perplexo por não se achar uma eficiente saída, apesar de tantas teses brilhantes. É que a resposta não está longe, e sim perto de nós: Deus, que não é uma ilusão. Paulo Apóstolo dizia: “Vós sois o Templo do Deus Vivo” (Segunda Epístola aos Coríntios, 6:16). Ora, João Evangelista, por sua vez, asseverou que “Deus é Amor” (Primeira Epístola de João Evangelista, 4:8). Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, pelos milênios, vem pacientemente ensinando e esperando que, por fim, aprendamos a viver em comunidade. Trata-se da perspectiva nascida do Seu coração, que é solidária e altruística, firmada no Seu Mandamento Novo: “Amai-vos como Eu vos amei” (Evangelho segundo João, 13:34), a Lei da Solidariedade Espiritual e Humana, sem o que jamais este planeta conhecerá a justiça social verdadeira.
Num futuro que nós, civis e militares de bom senso, desejamos próximo, não mais se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões; sobre pilhas de cadáveres ou multidões de viúvas e órfãos; nem mesmo sobre grandiosas realizações de progresso material sem Deus. Isto é, sem o correspondente avanço ético, moral e espiritual.
OUTRO PARADIGMA
Deve haver um paradigma para a Paz. Qual? Os governantes do mundo? Todavia, na era contemporânea, enquanto se põem a discuti-la, seus países progressivamente se armam. Tem sido assim a história da “civilização”... “Quousque tandem, Catilina?” (Até quando, Catilina?) A Sabedoria Divina, no entanto, adverte que, se queremos a Paz, devemos preparar-nos para ela. E Jesus nos apresentou um excelente caminho: “Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus, que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie, porque Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim dos tempos” (Evangelho segundo João, 14:27). Que tal experimentá-lo?
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
Fonte: Juliana Valim
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