Sábado, 14 de janeiro de 2017 - 07h50
Eugênio Carlos Brito tem 35 anos e já consegue se comunicar em até nove idiomas. No próximo dia 29 de Janeiro, ele falará, por uma hora, para milhares de poliglotas e amantes das línguas espalhados pelo mundo. Sua apresentação se somará a outras falas durante o 1º Polyglot Online Congress¸ um evento que será realizado 100% via internet. Entre 19 horas e 21 horas horário de Brasília.
Ele começou a estudar sua primeira língua, Inglês, relativamente tarde, aos 18 anos de idade, em um curso de Inglês oferecido pelo Governo do Estado de Pernambuco (Estado onde nasceu) nas escolas estaduais. Mas, durante os primeiros dois semestres, ele logo percebeu que não conseguia esperar muitas aulas para avançar na aprendizagem, e sempre chegava em sala com dúvidas que a maioria dos alunos só teriam após dois ou três anos de estudos. Abandonou o curso e passou a estudar sozinho, e depois com a ajuda de alguns amigos.
“Passei três meses tentando descobrir como eu aprendia, testando vários métodos diferentes, até que desenvolvi minha própria maneira de estudar. Hoje em dia, livros são apenas um suporte, as pessoas são o meu maior recurso”
Sua paixão pelos idiomas então o levou a ingressar na vida de professor dois anos depois. Na instituição onde trabalhava, começou a praticar o Espanhol com algumas colegas de trabalho nativas, além de iniciar os estudos em Italiano, o que trouxe algumas complicações no começo devido à similaridade entre as duas línguas. Mas, com o uso da tecnologia e das redes sociais, logo ele superou o embaraço inicial e alcançou fluência graças a muitas conversas com falantes avançados e nativos.
“Nunca tive medo de errar. Sempre comecei a conversar com nativos desde os primeiros momentos. Aprendo as frases quebra gelo e me arrisco a partir daí”
Em seguida, levado pelas maravilhosas descobertas culturais que esse conhecimento assegura, sua curiosidade pela origem e expansão do Português o levou a aprender e a dominar Crioulo Cabo-verdiano e também a sua variante em Guiné-Bissau, além de se aventurar em Galego, sendo, inclusive, o primeiro correspondente brasileiro a escrever sobre nossa cultura para um site da Galícia.
Atualmente, seu interesse se volta para as línguas do sudeste asiático, e já mantem conversações diárias em Indonésio e Malaio.
“Sonho aprender alguma Língua Indígena local, e também Crioulo Haitiano, aproveitando o potencial linguístico de nossa região.”
Quem pensa que Eugênio já viajou o mundo se engana. Vindo de uma família pobre, o único país que ele já visitou foi a vizinha Bolívia. Para manter os idiomas ativos, ele faz uso das redes sociais, e diariamente conversa com seus amigos espalhados pelo mundo. Recentemente, fundou o Clube Poliglota de Porto Velho, grupo ligado ao Clube Poliglota Brasil (CPB), descobrindo mais apaixonados pelo poliglotismo, com quem mantem encontros regulares para praticar idiomas de maneira descontraída.
“Não é preciso ter muito dinheiro nem livros ou cursos caros para aprender e manter um idioma. Basta ter disciplina, coragem de errar, um coração aberto ao novo e pessoas ao seu redor. Falar com as pessoas no idioma em que elas vivem é uma porta aberta para o coração delas”
Sobre o Evento, Eugênio nos diz que tal iniciativa surgiu para aproximar ainda mais a comunidade poliglota pelo mundo. Vários outros eventos acontecem há alguns anos, mas sempre presenciais, dificultando a participação de quem não pode pagar por uma viagem internacional, hospedagem em hotéis e ingressos.
“Aqueles que amam aprender idiomas entendem que barreiras geográficas não são o limite. Faltava esse impulso; agora não falta mais”
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Jornalista Lenilson Guedes
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