Sexta-feira, 15 de março de 2013 - 06h33
João Bosco Leal*
Mesmo que simplesmente por instinto de preservação da espécie, desde a juventude, todo ser humano está em busca de um grande amor, com quem possa constituir uma família e envelhecer junto.
Durante essa busca, surgem pessoas bastante diferentes, oriundas de diversos locais, com graus de educação, instrução, posições econômica e social totalmente distintas das suas.
Bastante comuns, as mentiras, deslealdades e traições, quando descobertas, não permitem a sobrevivência de nenhum relacionamento sadio. Por estes motivos, sempre fui e serei um apaixonado pela transparência e lealdade em tudo, o que certamente dificulta as tentativas e, consequentemente, os acertos.
Mas a continuidade das buscas aumenta as possibilidades dos relacionamentos serem mais duradouros, abrindo a possibilidade esperada de uma paixão se transformar em amor.
É o que me faz estar sempre buscando, pois a vida, a honestidade, o trabalho e as mulheres, admito, são minhas grandes paixões.
Desde a infância são elas - as mães -, que nos transmitem os primeiros ensinamentos e o aprendizado, nossos maiores tesouros, pois aqueles que aprenderam mais sempre terão maiores chances.
Tenho paixões ideológicas e por alguns hobbies - como as motos -, mas com as mulheres, mesmo aquelas da infância e juventude, a intensidade com que costumo viver minhas paixões é sempre enorme, vibrante, o que me torna um eterno apaixonado, encantado por elas.
Apesar de algumas experiências piores e independentemente do tempo que duraram, não me arrependo das paixões que tive por nenhuma das mulheres que passaram por minha vida.
Com todas pude aprender algo e mesmo que a convivência não tenha continuado, valeu a pena pela experiência que pude adquirir.
Cada uma me mostrou seus erros e acertos e apontou os meus, de modo que, corrigindo aqueles em que concordava estar errado, e evitando aproximação de pessoas que possuíam os mesmos da anterior, pude ao menos tentar melhorar a cada novo relacionamento.
Penso que devemos continuar buscando, nos apaixonando, mesmo que na maioria das vezes errando, até encontrarmos o amor que tanto desejamos.
Apesar de hoje eu ser, praticamente, um sexagenário, confesso que, até agora, só por uma pessoa senti esse amor verdadeiro, maduro e profundo, tão maravilhoso, sublime, que só quem já o viveu pode descrever.
Nele não há cobranças, segredos ou dúvidas, mas transparência, cumplicidade, amizade, carinho e liberdade. A integração é tanta que não há lugar para a palavra “eu”, mas só para “nós”. Os planos, ideias, projetos, dúvidas, medos e aflições são totalmente compartilhados.
Quem já viveu algo assim não aceita mais uma relação onde isso não ocorra. Procura alguém que queira viver o mesmo ou algo ainda maior, o que torna a nova busca quase impossível.
É raro encontrar um amor verdadeiro, mas a procura é deliciosa e mesmo com os erros, sentimos, aprendemos, vivemos e a recompensa, quando o encontramos, surge em forma de milhares de emoções fascinantes.
Quem realmente ama, da vida nada quer além de viver esse amor.
* Jornalista e empresário
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