Sábado, 23 de maio de 2015 - 08h40
ITAMAR DA CUT
... pois qualquer cidadão que tenha conhecimento de um ilícito deve denunciar isso, principalmente, às autoridades policiais e ao Ministério Público. No caso de um parlamentar, legítimo que após essas providências, faça uso da Tribuna da Casa para denunciar aos seus pares e à sociedade...
... no caso da vereadora do PT Maria Simões, salvo melhor juízo, foram muitos extrapolados esses procedimentos coerentes para, aproveitando a ocasião, externar uma disputa interna que seria legítima, enquanto mantida nos fóruns internos e não dessem "munição" para os inúmeros adversários políticos da legenda da Estrela...
... exemplos emblemáticos dessa postura, aparentemente oportunista e com viés eleitoreiro, foi ela dar ampla divulgação de uma informação não oficial , tanto que a vereadora não tem nenhum documento para apresentar, além de sua própria afirmação, que comprove uma suposta convocação para ser comunicada de sua não menos suposta punição. Sem falar na nota falsa do PT de Cacoal que teve ampla divulgação e que já é objeto de uma investigação policial...
... três detalhes chamam a atenção nessa muito mal contada estória: apesar da seriedade e da oficialidade necessária para tais atos, a vereadora não teria recebido nenhuma convocação por escrito, sequer um e-mail; apesar dela ter afirmado que seria comunicada da decisão da Comissão Ética...
... segundo, pasmem, ela já tinha conhecimento de qual seria essa punição, supostamente de expulsão, decidida pela Comissão de Ética Municipal que, se de fato existisse, evidentemente a vereadora na condição de representada seria a última a saber do resultado desse julgamento...
... terceiro, apesar de ser uma parlamentar petista a edil age como os mais ferozes adversários do PT, aproveitando e criando todas as oportunidades possíveis para desgastar sua própria legenda; por exemplo, ela cobrou publicamente uma resposta rápida do presidente estadual da sigla, mesmo sabendo que pelo Estatuto ele teria que reunir a Executiva Estadual e não poderia tomar providências drásticas que o caso exigia, de forma monocrática...
... apesar de soar estranho, o comportamento da vereadora, salvo juízo mais abalizado, é de uma esperteza e estratégia primária: ela parece querer provocar por todos os meios possíveis sua saída do partido, à guisa de uma Marta Suplicy da Capital do Café...
... entretanto, diferente de Marta, ela gostaria de ser expulsa para levar junto o mandato conquistado dentro do PT. Fala-se nos bastidores que, inclusive, o caso dela poderia ter mais semelhanças com o de Marta, no que se refere a legenda que seria escolhida para ela aportar...
... enquanto a Marta Suplicy não apelou para esses expediente, porque sabia que não seria expulsa e só iria se desgastar; nesse rumoroso caso da Capital do Café o desfecho pode não ser muito diferente e a vereadora, se quiser, talvez tenha que pedir para sair. Costumava dizer uma raposa da política nacional: "a esperteza, quando é muita, come o dono".
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