Sexta-feira, 20 de setembro de 2013 - 15h25
Existe uma questão conjuntural que também é expressa numa situação estrutural e que serviu de palco para uma série de protagonismos que muito contribuiu para a situação presente. Se não vejamos, os escândalos sucessivos que tem abalado duramente nossa sociedade, como a não dar trégua se quer, para que possamos melhor digerí-los, sem que um outro mais escabroso, já esteja a caminho. Não existiu nesse aspecto,qualquer poder que tenha ficado ao largo de todasorte de patifaria que fomos obrigados a conviver.
As sucessões dos últimos mandatários em todos os níveis e esferas de poder que traziam uma aura de esperança de que pudessem promover algo de melhor para o desenvolvimento do Estado, em relação aos seus antecessores, constituíram-se em profunda decepção ao eleitorado. Alguns ou a maioria, foram de uma incompetência atroz.
Na última década principalmente, criou-se uma expectativa muito grande sobre alguns macro empreendimentos, embalados por um bom marketing político (hidrelétricas, saída para o pacífico, corredor de exportação, etc), acalentando no imaginário do povo rondoniense, uma certeza de que o futuro, garantiria ao estado, um expressivo boom na economia, de tal sorte a promover, um melhor bem estar para a população que aqui reside.
Somem-se a isto, a incapacidade das elites, dos partidos políticos, dos setores mais organizados da sociedade civil e tantos outros segmentos, produzirem e promoverem, numa concepção bem gramsciana, os seus intelectuais orgânicos. Estes intelectuais, tão necessários na reprodução de um pensamento que expresse as forças vivas e dinâmicas de uma sociedade, de forma hegemônica ou não, dão luzes aos grupos constituídos, que de forma democrática, disputam os seus espaços de forma legítima.
Se fôssemos apontar no momento, um nome de destaque no cenário político de Rondônia, gestado nessa lógica nos últimos anos, e que seja capaz de merecer a confiança da população pela sua conduta irretorquível e capacidade política, necessitaríamos de uma lupa em pleno sol do meio dia. É cruel mas é a dura realidade.
Hoje, Rondônia passa por um dilema extremamente crucial do ponto de escolha dos seus representantes. É um Estado que detém uma potencialidade fantástica, com uma exuberância em recursos naturais, grande capacidade agrícola e um setor de serviços bastante promissor, como o turismo ecológico, apenas para citar algumas atividades que poderiam proporcionar maior dinamismo à sua economia. Em contra partida,padece com a falta de uma liderança, que reúna em torno de si forças convergentes de toda a sociedade, para conjuntamente encampar um projeto de governo que seja representativo dos anseios e da vontade da maioria, numa perspectiva de transformar toda essa potencialidade, emrealidade concreta.
As nossas maiores expressões políticas, que diga-se de passagem,longe estão de representar o perfil mais ideal, (infelizmente é o que nos resta), muitas estão contaminadas por envolvimentos ilícitos, algumas foram banidas do poder, outras estão em vias de ser e, muitas correm, para não serem alcançadas, pelo braço da justiça.
Diante do quadro traçado, o panorama é de causar uma certa perplexidade. As instituições desgastadas pelo nível de degradação a que chegaram. A população totalmente descrente com os seus governantes. Os partidos políticos e as representações de classe, totalmente desmoralizadas e sem nenhuma credibilidade perante a população, pelos escândalos em que se envolveram ao longo das suas atividades. Sem grandes nomes que reúna as condições suficientes para superar esses formidáveis desafios nas disputas eleitorais que se avizinham, qual o futuro que nos reserva...?
Prof. Edilson Lobo Do Nascimento
Do Departamento de Economia da Universidade Federal de Rondônia - UNIR
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