Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025 - 11h46
O Governo Federal programou para a
próxima quinta-feira, 27 de fevereiro, na Bolsa de Valores de São Paulo, a
licitação para a escolha da empresa que irá comandar as sete praças de pedágio
previstas para serem implantadas ao longo da BR-364 nos próximos meses.
Os estudos apontam que o custo para um
automóvel cruzar o trecho de Vilhena a Porto Velho será de R$ 100,00. No caso
de caminhões, esse será o valor cobrado por eixo, o que significa que uma
carreta com oito eixos terá um custo equivalente a R$ 1.600,00 no trajeto de
ida e volta.
A concessão da rodovia será válida por
trinta anos. Porém, às vésperas de ser realizado o pregão, existem muito mais
pontos obscuros do que certezas sobre os benefícios desse projeto. Isso está
motivando a reação de toda a sociedade rondoniense, que vê com extrema
preocupação a forma como a concorrência está sendo conduzida.
SEM
DUPLICAÇÃO
A rodovia possui extensão de
aproximadamente 700 quilômetros entre Porto Velho e Vilhena, mas as obras de
duplicação serão de apenas 113 quilômetros e estarão concentradas no trecho
entre Presidente Médici e Jaru.
Além de insuficiente, a duplicação será
bastante demorada e deverá se arrastar ao longo da próxima década. A única obra
prevista para acontecer nos primeiros meses da concessão é a construção das
sete praças de pedágio, que passarão a cobrar os valores dos proprietários de
veículos assim que estiverem implantadas, antes mesmo da realização das
primeiras obras na rodovia.
NA
CONTA DO AGRO
As críticas ao projeto vão se
aprofundando à medida em que se aproxima a data prevista para a realização do
leilão, na próxima quinta-feira. Nas redes sociais, o empresário do Grupo
Eucatur e ex-senador Acir Gurgacz defendeu que o processo seja refeito, com a
participação da sociedade. “Esse modelo de concessão não atende às necessidades
do nosso Estado, que tem sua força econômica no agronegócio”, afirma.
Gurgacz lembra que o agro “será
fortemente impactado pelo alto valor dos pedágios e esse é um aspecto que
precisamos discutir”. Ele também criticou a falta de transparência na formação
de preços do pedágio e o calendário da ANTT, que prevê que, nos primeiros
quatro anos da concessão, serão implementados apenas oito quilômetros de
duplicação da rodovia.
“Faço esse alerta e chamo todas as
forças do setor produtivo, as forças políticas e todas as pessoas que usam a
BR-364 diariamente, para juntos somarmos forças para contestar esse edital e
exigir as mudanças que desejamos e que já apresentamos ao governo”, diz o
empresário.
DENÚNCIA
FORMAL
O Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia de Rondônia (CREA-RO) apresentou uma denúncia formal ao Ministério
Público Federal (MPF) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) contra o leilão de
concessão da BR-364. Segundo o CREA-RO, as condições previstas para a melhoria
da rodovia, a partir da concessão, são muito inferiores ao que estava
inicialmente planejado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT).
Estudos realizados pelo CREA-RO apontam
para uma “disparidade significativa entre os investimentos previstos e as obras
que serão efetivamente realizadas, ocasionando graves prejuízos para a
população e toda a sociedade rondoniense”.
O CREA-RO alerta para a “falta de
participação da sociedade nas audiências públicas e a distribuição inadequada
de notificações, que excluíram cidades diretamente impactadas pela concessão”.
Diante disso, o presidente do CREA-RO, Edison Rigoli, defende que os municípios
afetados entrem na justiça para contestar a validade do leilão.
COMMODITIES
EM ALERTA
Segundo Liomar Carvalho, presidente da
Associação Comercial e Industrial de Ji-Paraná (ACIJIP), o modelo atual de
concessão coloca em risco a viabilidade econômica de diversos setores que
dependem da BR-364. “A cobrança de pedágio nos moldes propostos irá onerar
excessivamente o transporte de produtos agrícolas e pecuários, que são a
espinha dorsal da nossa economia”, diz.
Embora reconheça que a modernização da
infraestrutura rodoviária é absolutamente necessária, os altos custos do modelo
de concessão e seus impactos econômicos “poderão inviabilizar a competitividade
das commodities rondonienses”, avalia Liomar. “O alto custo da logística poderá
fazer com que nossos produtos percam competitividade em relação a outros
estados”, alerta.
De acordo com Carvalho, “sem a
duplicação, Rondônia pode enfrentar um bloqueio logístico, travando seu
crescimento e encarecendo o custo do transporte de mercadorias. Por outro lado,
uma concessão com tarifas elevadas poderá inviabilizar a competitividade das
empresas, afetando diretamente o agronegócio e o comércio local”.
CUSTO
SEM MELHORIAS
“Não somos contra a modernização da
BR-364. Mas é preciso que o leilão seja adiado para que haja um amplo debate,
hoje a população simplesmente desconhece que a rodovia será privatizada”,
argumenta o presidente da Associação Comercial de Rondônia (ACR), Vanderlei
Oriani.
“Precisamos ter conhecimento dos
impactos que essa decisão trará para os próximos trinta anos, não houve sequer
audiência pública, é preciso haver transparência por parte da ANTT e do DNIT”,
diz o dirigente de Porto Velho. “A população precisa de esclarecimentos sobre
essa questão”.
Oriani rebate a informação da ANTT de
que houve audiências em Rondônia. “Não houve, ninguém da imprensa acompanhou ou
tem conhecimento dessas reuniões, tudo está meio nebuloso, a começar pela
marcação do leilão na véspera do feriado de Carnaval, isso tudo gera ainda mais
desconfiança de que algo não está normal”, desconfia.
RISCO
AOS MOTORISTAS
O presidente da Cooperativa de
Transporte de Cargas de Cacoal (COOPERCAL), Milton Yamada, alerta sobre
questões que trazem grande preocupação para os empresários do segmento.
“Existem muitos questionamentos relacionados à falta de segurança da rodovia e
que, em nossa avaliação, não serão resolvidos por meio do modelo de concessão
que está sendo proposto”, diz Yamada.
O dirigente da COOPERCAL alerta que “a
falta de duplicação da BR-364 e o alto custo do pedágio representam um enorme
risco para a própria sobrevivência da atividade, especialmente para o motorista
autônomo, que depende do valor do frete para sobreviver”. Milton Yamada afirma
ainda que as únicas obras a serem construídas no curto prazo são as praças de
pedágio, que após serem implantadas, trarão um custo adicional de quase R$ 2
mil por viagem”.
PRAÇAS
DE PEDÁGIO
As praças para cobrança do pedágio serão
instaladas de maneira estratégica, entre os municípios de Vilhena, Pimenta
Bueno, Cacoal, Presidente Médici, Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Jaru,
Ariquemes, Cujubim, Candeias do Jamari e Porto Velho, próximas às principais
interseções rodoviárias que conectam a BR-364 com os demais municípios do
interior do estado.
Para justificar a instalação imediata
dos pedágios, a ANTT informa que serão construídas 34 passarelas ao longo da
rodovia, além das obras de manutenção permanente do trecho que será explorado
pela iniciativa privada. Denominada de “Rota do Agro Norte”, a concessão
abrange todo o trecho situado entre os entroncamentos rodoviários de Vilhena e
Porto Velho.
A concessão prevê também a execução de
200 quilômetros de alargamento da pista, com a instalação da terceira faixa, e
a construção de 35 quilômetros de vias de ligação aos terminais portuários
Bertolini Cujubim e Grupo Amaggi, com acesso pela Estrada da Penal, em Porto
Velho, a partir do sexto ano da concessão.
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