Domingo, 2 de fevereiro de 2014 - 09h15
Desde o último mês de julho de 2013, quando a diretoria do SINTERO encerrou a greve, mesmo com a decisão contrária dos filiados, a educação que Confúcio Moura prometeu priorizar passou por humilhações inomináveis, que começaram a partir das discussões sobre a reposição das aulas.
Os prejuízos que sofremos foram tão acentuados que a grande parte da categoria pretende ficar bem longe de greve este ano. De minha parte, enquanto a diretoria do sindicato for esta que está no poder há vários anos, nunca mais entro em greve, por diversos motivos.
Como os dirigentes da cúpula do sindicato não trabalham em lugar nenhum, eles não precisam repor aulas, não precisam agüentar aquelas discussões humilhantes nas escolas, onde tudo é imposto pelo governo, em nome da democracia. Um exemplo disso é a constante afronta ao fundamento da autonomia das escolas, cometida pela SEDUC.
Com muita freqüência, o setor que não trabalha da SEDUC em Porto - Velho, envia portarias sem nenhum fundamento para o interior do estado, ferindo, de forma descarada, aquilo que está previsto na legislação. Quando se fala de legislação da educação, melhor considerar apenas a legislação federal, porque na maioria dos casos, a SEDUC cria regras totalmente estranhas e sem consultar o Conselho Estadual de Educação. Nem precisa falar que a comunidade escolar nunca foi consultada para nada. Se não consultam o principal órgão da legislação, que é o Conselho Estadual de Educação, imagine o leitor se iriam consultar a comunidade escolar.
Aliás, para não ser injusto com o governo que prometeu priorizar a educação, uma única vez, os alunos e os pais dos alunos foram consultados durante este (des) governo: foi em novembro de 2011, no período de eleição para diretores de escolas. E foi só! Os votos dos alunos e pais de alunos serviram apenas para eleger os diretores de escolas, numa eleição desorganizada, confusa e sem fundamentos legais.
O governo inventou a tal eleição, mas fez tudo de modo que os resultados nunca foram vistos. Nunca houve democracia nenhuma que tenha sido resultado de eleição de diretor de escola. Isso não quer dizer que sejamos contra todos os diretores. Claro que não! No estado todo, deve haver pelos menos quinze que merecem nosso respeito, mas duvido que o número seja superior a isso. E não se fala aqui da condição moral de nenhum diretor, mas da condição administrativa. São raros, raríssimos, os diretores que sabem que foram eleitos pela comunidade escolar. Um número significativo de diretores acredita que foram eleitos pelo governo, tendo em vista que atuam sempre contra os interesses de suas comunidades e em favor dos delírios governamentais.
Esta parte nociva dos diretores de escolas criou diversas dificuldades no período após a greve, pois eles atuaram como ditadores para impor as vontades de uma SEDUC que não pensa, que não funciona, que neste governo nunca foi dirigida por um professor. A falta de um professor no comando da SEDUC causa prejuízos irreparáveis, porque esses amadores mimados que são colocados no cargo nada sabem do assunto. E não foram poucos os amadores mimados que Confúcio nomeou para o cargo. O atual secretário, por exemplo, assumiu o cargo em outubro de 2013. Em dezembro saiu de férias. Prova claríssima da falta de compromisso deste governo confuso. O secretário deveria, por uma questão de coerência, visitar os municípios, conhecer os problemas de perto, ouvir os trabalhadores da educação. Ao começar o novo ano, certamente ele teria noção de algumas coisas. Mas não o fez!
Em outra ocasião, o secretário já declarou que somente leu minha opinião na imprensa porque era dia chuvoso na capital. Como o inverno amazônico ainda vai demorar para chegar ao fim, espero que ele possa ler também esta opinião. Mas não para revidar e fechar os olhos para os problemas. Espero uma reflexão serena do secretário, mesmo porque Confúcio não colocou corda no pescoço dele para assumir o cargo. É mais fácil que algum político tenha cobrado de Confúcio a nomeação.
Para citar um fato concreto e que certamente o secretário não sabe, a SEDUC mandou constar nas folhas de ponto dos professores que nossas férias começaram em 1º de janeiro. Tudo mentira! Muitas escolas foram até a metade de janeiro trabalhando. Falo das escolas onde os trabalhadores fizeram greve. O próprio governo, através de um tal “calendário pós-greve”, estabeleceu o dia dez de janeiro como último dia letivo. Todo mundo sabe disso, menos o secretário e o SINTERO.
Não se questiona aqui o fato de termos trabalhado até o dia 10 de janeiro, pois cumprimos os dias em que fizemos greve. Era compromisso nosso. Mas dizer que entramos em férias em 1º de janeiro é uma mentira deslavada. Duvido que o sindicato fará alguma ação judicial para que o governo pague pelos dez dias que alegou que não trabalhamos. Qualquer pessoa, nem precisa ser professor, sabe que, se contarmos de 1º de janeiro a 10 de fevereiro, início do novo ano letivo, são mais de 40 dias. Depois da greve de 2013 e de tantas lambanças do governo e do SINTERO, ficou uma certeza: esta diretoria fajuta do sindicato dificilmente conseguirá convencer alguém a entrar em greve sob sua liderança... Eu não vou!
Finalmente, em caso de novo revide do hoteleiro-professor, solicito que se atenha aos fatos aqui registrados e não devaneios e digressões que sirvam de consolo apenas para as carpideiras do governo e do SINTERO...Tenho dito!
FRANCISCO XAVIER GOMES
Professor de Rede Estadual
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