Quinta-feira, 18 de setembro de 2014 - 12h01
Professor Nazareno*
Para delírio geral e alegria da matutada,finalmentea capital dos rondonienses agora tem uma enorme ponte. Custou uns 300 milhões de reais e para combinar com as muitas outras obras da cidade, o inútil e sinistro monumento ainda está inacabado. Reclamaram as más línguas que está no escuro. Nada mais normal para uma cidade que vive suas noites em pleno breu. Já acostumada com a falta de lâmpadas, a “cidade das hidrelétricas” nem se preocupa com o problema. Agora todos creem piamente que Porto Velho, por causa desta horrorosa obra, foi finalmente ligada a Manaus. Ledo engano. Para não ficarem para trás, os amazonenses também fizeram a sua ponte. Só que lá no Amazonas liga Manaus a Cacau Pirera e não à BR-319. Então saindo daqui, chega-se ao Careiro da Várzea e de lá ainda serão duas horas de balsa até a capital amazonense.
Estrategicamente ligando “o nada a coisa alguma”, o dispensável entulho de cimento e concreto até agora só tem servido para baratear o preço da farinha de mandioca do Projeto Joana D’Arc, além de ser usado também para os curiosos fazerem fotos e postar nas redes sociais. Uma ponte sem estrada nem movimento de carros e pessoas que possa justificar a sua dispendiosa construção é uma homenagem ao desperdício, coisa típica de políticos brasileiros. Essa grana poderia ter sido usada para criar uma universidade estadual ou até para melhorar as nossas escolas, mas quem se importa com educação por aqui? Os otimistas podem falar que a estrada até Manaus sairá algum dia. Sonho impossível, pois além de precisar construir outra ponte lá no Amazonas, com a vitória quase certa da Marina Silva este projeto jamais sairá do papel.
Construir uma ponte para subsidiar farinha d’água e alegrar meia dúzia de capiaus, já é sinônimo de desenvolvimento e progresso em Rondônia. Ponte tem que ter serventia como a Rio-Niterói, a de Natal, Vitória, Porto Alegre e tantas outras importantes. Toda essa verba injetada na decadente e quase falida economia local faria alguma diferença para melhor. A lúgubre construção, por ter a proteção lateral muito baixa num dos lados, apresenta sérios perigos para os transeuntes. Servirá apenas para aumentar ainda mais o número de suicídios em Porto Velho e também para a “desova de presuntos” sem que ninguém veja. Poderia servir futuramente também para a realização do Arraial Flor do Maracujá, já que esta conhecida festa, chamada de cultural por muitos, ainda não tem local nem data definida e por ser caipira combina com a situação.
Das três pontes prometidas para Rondônia em “outras campanhas eleitorais”, esta é a menos importante. E das três, deveria ter sido a última a ser construída. Por que não construíram uma no Abunã na BR-364 e tiraram o vizinho Acre do isolamento? Quase um milhão de brasileiros seriam beneficiados. A construção de uma ponte binacional ligando Guajará-Mirim a Guayaramerin melhoraria a vida de mais de 100 mil pessoas entre brasileiros e bolivianos. O problema é que ao lado destas pontes não existem os mais de 300 mil eleitores para ver e admirar diariamente a “capacidade e a competência” de suas autoridades. Como seria bom que o problema desse trambolho se resumisse somente a um simples erro de ortografia. Falta agora nomear o bisonho e desnecessário monumento. Com tantos bons políticos sobrando em Rondônia, seria difícil escolher qual deles lhe daria um bom nome. Porto Velho agora tem festa na roça.
*É Professor em Porto Velho.
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