Sexta-feira, 3 de agosto de 2018 - 18h56
Em evento promovido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), na manhã desta sexta-feira, no qual reuniu principalmente candidatos e pré-candidatos ao governo, o presidente da Corte de Contas, conselheiro Edilson Souza revelou um quadro, no mínimo, extremamente preocupante com relação as finanças do Estado. O objetivo, segundo Souza, foi de “apresentar um panorama das finanças estadual, com o objetivo de possibilitar o nivelamento de informações conjunturais do Estado”
Um dos primeiros quadros apresentados no evento denominado “Rondônia transparente, eleição consciente”, não deixou de chocar quem estava acostumado à versão oficial amplamente disseminada de que o estado vive seu melhor momento em termos de organização fiscal e contábil. A realidade, entretanto, é que o próximo governador vai receber uma gestão com dívidas que chegam a R$ 4,43 bilhões, para uma receita estimada para este ano – numa previsão bem otimista – em R$ 7,14 bilhões, dos quais sobrará pouco mais de R$ 100 milhões para investimentos, vez que a despesa estimada é de R$ 7,09 bilhões.
Como ingredientes da indigesta receita, o próximo governante vai se deparar ainda com problemas de dívidas do extinto Beron, outras de empréstimos, defasagem na Educação – que nos últimos anos praticamente não avança na avaliação do Ideb - , deficiência na saúde, na qual Rondônia ostenta o vergonhoso título de terceiro estado com maior média de mortalidade infantil, atrás apenas do Amapá e Maranhão; falta de saneamento básico, dívidas da Caerd; estrangulamento da previdência dos servidores estaduais (em 2022, por exemplo, o estado terá de desembolsar R$ 567 milhões para compor a folha de pagamento dos inativos) e, para desafiar de vez, vai herdar ainda uma crise no setor da segurança pública onde, a média de crimes violentos não letais, furto e roubos de veículos chega muito próximo do dobro da média nacional para cada grupo de 100 mil habitantes.
Após a apresentação feita pelo presidente do TCE, o juiz eleitoral, Edenir Sebastião de Albuquerque fez uma breve palestra sobre propaganda eleitoral, com abordagens sobre o que é vedado e o que será permitido.
Ao final da apresentação, candidatos e pré-candidatos foram procurados por equipes de reportagem para falar de suas impressões ante o choque de realidade revelado pelo Tribunal de Contas. Diante de um quadro tão desafiador, alguns se mostraram perplexos, outros titubeantes. O pré-candidato pelo PSDB, Expedito Junior, no entanto, cuja candidatura será homologada no próximo domingo de manhã no ginásio coberto da Faculdade Fimca, ao lado do pré-candidato ao Senado, Marcos Rogério (DEM), se mostrou ainda mais animado.
“Sou movido a desafios. Para vencer as eleições, vamos apresentar as melhores propostas e a melhor equipe para implementa-las. E é exatamente isso que vai mostrar ao eleitor quem de fato está preparando para enfrentar todos os desafios de governar Rondônia”, disse, confiante.
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