Quinta-feira, 26 de setembro de 2024 - 14h37
Após pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal fixou prazo de cinco dias para que a União comprove que adotou as medidas para combater os incêndios florestais em Rondônia, determinadas em caráter urgente, no último dia 17 de setembro. Caso a União não comprove que cumpriu a decisão liminar, foi fixada multa diária no valor de R$ 100 mil, até o limite de R$ 10 milhões.
Na decisão, a Justiça Federal determinou que
a União libere recursos para contratação de 15 brigadas com 30 brigadistas
temporários cada (totalizando 450 brigadistas) para atuar junto à Superintendência
do Ibama em Rondônia, no combate aos incêndios da região. Além disso,
determinou o deslocamento de efetivo da Força Nacional de Segurança para
garantir o patrulhamento do entorno das áreas onde ocorre o combate às
queimadas, bem como a escolta dos agentes brigadistas, contribuindo com o
Exército Brasileiro.
Outra determinação é que seja fornecido pelo menos um helicóptero equipado com
dispersores de água, com tripulação treinada, pelo tempo suficiente para conter
as queimadas e tirar Rondônia do estado crítico em que se encontra.
Na ação, o MPF pede que a União seja condenada a pagar R$ 50 milhões a título
de compensação pelos danos morais coletivos, a serem revertidos em ações de
cunho ambiental, voltadas ao reflorestamento de áreas públicas desmatadas e
atingidas pelos incêndios em Rondônia, assim como direcionadas à retomada de
terras públicas federais irregularmente ocupadas por particulares em todo o
estado. Esse pedido ainda será decidido pela Justiça Federal.
Queimadas - Só em Rondônia, em julho, foram
observados 1.618 focos de queimadas, em agosto, 4.522 focos e apenas nos
primeiros 15 dias de setembro foram registrados 1.532. A falta de chuvas e
aumento da seca na região podem estar relacionadas à ação das queimadas e
desmatamento, com efeitos no ciclo ambiental e climático. O rio Madeira
registrou recentemente cota de 41 centímetros, o nível mais baixo desde que
começaram as medições. Porto Velho e região (incluindo Lábrea e Humaitá, no
Amazonas) estão no epicentro da poluição atmosférica extrema, registrando o
pior índice de qualidade do ar do planeta, ao lado de Rio Branco (AC).
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