Terça-feira, 13 de agosto de 2024 - 07h44
O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), por intermédio do
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com apoio da
Polícia Civil do Estado de Rondônia (PCRO) e do GAECO do Ministério Público do
Estado da Bahia, deflagrou nesta manhã (13/8/2024) a Operação Epimorfose nas
cidades de Candeias do Jamari/RO e Salvador/BA para cumprir 6 (seis)mandados de
busca e apreensão em residências e órgãos públicos, bem como 2 (dois) mandados
de suspensão da função pública, 3 (três) ordens de proibição de acesso a órgãos
públicos, 3 (três) cautelares de proibição de contato e medidas cautelares
assecuratórias de bens, direitos e valores até o limite individual de R$
100.000,00 (cem mil reais), deferidos pelo Poder Judiciário do Estado de
Rondônia.
A operação visa instruir investigação materializada em Procedimento
Investigatório Criminal (PIC) em curso no GAECO do MPRO, tendo como objeto a
apuração da suposta prática de crimes de corrupção passiva (CP, art. 317),
concussão (CP, art. 316) e associação criminosa (CP, art. 288), em tese
praticados no âmbito do Poder Executivo do Município de Candeias do Jamari/RO,
tendo sido constatado até o momento o suposto envolvimento do ex-Prefeito, do
ex-Secretário Municipal e de uma servidora municipal em um suposto esquema de
corrupção, consistente na exigência do pagamento de vantagem indevida (propina)
como condição para liberar pagamentos de créditos devidos a prestadores de
serviço ou fornecimento de mercadorias àquele Município.
A medida cautelar de afastamento da função pública atinge o ex-Prefeito,
atualmente exercendo mandato de Vereador e Presidente da Câmara Municipal de
Candeias do Jamari/RO, pelo prazo inicial de 180 (cento e oitenta) dias, bem como
servidora da Prefeitura Municipal. Por força dessa medida, eles também ficam
impedidos de acessar as dependências da Prefeitura Municipal de Candeias do
Jamari/RO (prédio sede e demais anexos).
A investigação iniciou no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), sob a
supervisão de um Desembargador, que deferiu as cautelares, mas foi necessária a
declinação da competência para a primeira instância em razão da posse do
Prefeito eleito nas eleições suplementes de 2024 e a perda do foro por
prerrogativa de função por parte do principal investigado. Os autos foram
redistribuídos livremente para o Juízo de Direito da 3ª Vara Criminal de Porto
Velho/RO, que manteve o entendimento e ratificou as medidas cautelares
deferidas pelo Desembargador outrora competente.
A medida cautelar assecuratória de bens, direitos e valores atinge a todos os
supostos envolvidos no esquema de propina, que teriam exigido e recebido
dinheiro para a prática de atos de ofício naquela administração municipal, no
limite total de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).
Estão envolvidos na Operação Delegados, Agentes e Escrivães de Polícia Civil do
Departamento de Polícia Especializada (DPE) e da Delegacia Especializada em
Crimes Contra o Consumidor (DECCON), bem como os efetivos de Delegados, Agentes
e Escrivães de Polícia e Promotores de Justiça lotados nos GAECOs dos
Ministérios Públicos dos Estados de Rondônia (MPRO) e Bahia (MPBA).
O nome atribuído à operação é uma referência à capacidade biológica natural de
regeneração por proliferação de células que alguns organismos possuem, em
alusão, no caso, à quantidade de operações e investigações que já foram
realizadas naquela Prefeitura na tentativa de extirpar variados e sucessivos
esquemas de corrupção e propina, mas eles têm persistido, se “regenerando” e
ocasionando o ressurgimento de novas denúncias e novas operações em curto
espaço de tempo.
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