Quinta-feira, 10 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Justiça

MPF entra com ação na Justiça Federal para garantir funcionamento de escola indígena em Guajará-Mirim (RO)

Comunidade Sagarana relata risco à integridade física de alunos e professores da Escola Estadual Paulo Saldanha Sobrinho


MPF entra com ação na Justiça Federal para garantir funcionamento de escola indígena em Guajará-Mirim (RO) - Gente de Opinião

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou ação na Justiça Federal para que o Estado de Rondônia providencie a imediata sanitização de todo o forro do telhado da Escola Estadual Paulo Saldanha Sobrinho, no município de Guajará-Mirim (RO), para retirada de fezes de morcego, além da adoção de medidas que afastem a presença dos animais do local. Na ação civil pública, o MPF requer ainda a elaboração, no prazo de 60 dias, de projeto para reforma e ampliação da escola – a única que atende a comunidade indígena Sagarana. A medida visa a garantir o direito à educação com alimentação e infraestrutura adequadas das crianças e adolescentes indígenas matriculados.

O projeto deve incluir, entre outros pontos, a reestruturação urgente de todo o forro do telhado, a fim de impedir o abrigo de morcegos, e o fornecimento de todos os materiais e equipamentos necessários para atender aos estudantes e professores, incluindo aparelho de ar-condicionado. O órgão pede ainda logística para entrega de merenda escolar que desonere os membros da comunidade quanto aos gastos com deslocamento e combustível do transporte; a entrega de alimentos de acordo com o cardápio elaborado junto à comunidade, em frequência compatível com a necessidade alimentar dos alunos, além da continuidade na prestação dos serviços de merendeiro e de zelador escolar.

O MPF requer ainda a implementação do Ensino Médio no Sistema de Mediação Tecnológica e a elaboração de cronograma para reforma e ampliação da escola — incluindo refeitório, ginásio, sala para os professores, biblioteca e sala de informática com acesso à internet — e de projeto de construção de outra escola em médio prazo.

De acordo com o MPF, mesmo diante da grave situação e de tratativas conduzidas pelo órgão, a Secretaria de Educação do Estado de Rondônia (Seduc) não ofereceu soluções efetivas para alguns dos problemas urgentes da escola, sendo necessário buscar o Poder Judiciário para garantir os direitos da comunidade prejudicada.

Estrutura precária – A ação civil pública decorre de procedimento administrativo aberto pelo MPF para apurar relatos dos indígenas sobre a grave situação enfrentada pela comunidade Sagarana. No documento, a população destaca problemas relacionados à estrutura física da escola e defende a necessidade de reforma imediata do espaço.

Mesmo após ter sido reformada em 2019, a escola já perdeu parte do forro e os danos favorecem a presença de morcegos e o acúmulo de fezes dos animais, que causam forte cheiro. Os indígenas apontaram ainda quantidade insuficiente de materiais e equipamentos necessários para os 115 alunos e sete professores indígenas da escola. A comunidade pediu ainda a implementação do Ensino Médio para evitar deslocamentos dos estudantes a municípios vizinhos.

Além da falta de estrutura física, os indígenas questionavam a logística para a entrega da merenda escolar e a qualidade nutricional dos alimentos. Segundo eles, a merenda escolar é disponibilizada apenas duas vezes ao ano e conta com transporte e logística organizada pela própria comunidade que, muitas vezes, precisa arcar com despesas do combustível. A comunidade apontou ainda a ausência de merendeira e de zelador contratados pela Seduc.

Ação Civil Pública nº 1010056-89.2024.4.01.4100

Consulta pública

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 10 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Emeron divulga edital para preenchimento de cargo comissionado com remuneração de quase R$ 13 mil

Emeron divulga edital para preenchimento de cargo comissionado com remuneração de quase R$ 13 mil

A Escola da Magistratura do Estado de Rondônia (Emeron) abre seleção para o preenchimento de vaga no cargo comissionado de Coordenador IV (DAS-2)

MPRO cobra fiscalização sobre condução de ciclomotores por menores de 18 anos e sem capacete em Vilhena

MPRO cobra fiscalização sobre condução de ciclomotores por menores de 18 anos e sem capacete em Vilhena

O Ministério Público de Rondônia (MPRO), por meio do Promotor de Justiça Fernando Franco Assunção, instaurou procedimento para investigar a falta de

MPF requer que JBS pare de autorizar caminhões com excesso de peso nas rodovias federais de Rondônia

MPF requer que JBS pare de autorizar caminhões com excesso de peso nas rodovias federais de Rondônia

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública pedindo que a multinacional JBS pare imediatamente de conceder autorização de saída de

Após atuação do MPF, Dnit promove melhorias na cabeceira da ponte sobre o rio Madeira em Porto Velho (RO)

Após atuação do MPF, Dnit promove melhorias na cabeceira da ponte sobre o rio Madeira em Porto Velho (RO)

O Ministério Público Federal (MPF) atuou para garantir melhorias na cabeceira da ponte sobre o rio Madeira, na BR-319, sentido Humaitá, em Porto Vel

Gente de Opinião Quinta-feira, 10 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)