Terça-feira, 18 de dezembro de 2018 - 10h22
Dados constam em plataforma inédita lançada pelo Ipea, com dados sobre o serviço público brasileiro
Os servidores do Executivo federal
receberam, em média, 50% das remunerações do Judiciário federal entre 2007 e
2016: R$ 8 mil contra R$ 16 mil, respectivamente. Já no Legislativo federal, os
salários no período foram equivalentes a 90% da remuneração do Judiciário, em
torno de R$ 14,3 mil. É o que revela o estudo Uma análise
multidimensional da burocracia pública brasileira em duas décadas (1995-2016),
com dados do Atlas
do Estado Brasileiro – plataforma inédita lançada pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) nesta terça-feira, 18.
A nova plataforma disponibiliza, por
nível federativo e pelos três poderes, informações como total de vínculos de
emprego no setor público, evolução anual da remuneração mensal média,
comparações entre civis e militares, diferenças de remuneração por gênero,
nível de escolaridade dos servidores e como isso influencia nas
remunerações, entre outros dados. “O propósito do Atlas é alinhavar o
debate com dados consistentes e de fácil compreensão, para que subsidiem um
debate de qualidade pela sociedade”, explica um dos coordenadores do projeto e
pesquisador do Ipea, Felix Garcia Lopes.
O cruzamento de dados disponíveis no
Atlas do Estado Brasileiro revela que as remunerações mensais dos servidores
estaduais também variam substancialmente entre os poderes. Em dez anos
(2007-2016), o Executivo apresentou valor médio de 40% (R$ 5,1 mil) das
remunerações do Judiciário (R$12 mil) e 51% da remuneração do Legislativo (R$
8,4 mil). Apresentando a maioria dos servidores públicos do país, os municípios
registraram remuneração inferior à das demais esferas, com o Executivo
municipal pagando a menor remuneração mensal média (R$ 3 mil).
O estudo mostra, ainda, que o Brasil
possui 12 milhões de vínculos públicos, dentre civis e militares. Apenas em
2017, a sociedade brasileira dispendeu R$ 725 bilhões com servidores ativos, o
que corresponde a 10,7% do PIB brasileiro. A expansão do total de vínculos
concentrou-se nos municípios. “Na verdade, houve uma redução relativa do setor
público estadual, o que também explica o salto de participação dos municípios”.
Os pesquisadores ressaltam que houve
ampliação da escolaridade dos servidores públicos em todos os níveis da
administração. As diferenças de remuneração entre gêneros também aparecem. As
mulheres ganham menos, embora essa diferença varie no tempo e entre níveis e
poderes. No Executivo civil federal, por exemplo, homens ganham 14% a mais que
as mulheres (média de 2007 a 2016).
Consulte a plataforma em http://www.ipea.gov.br/atlasestado/
Acesse
o estudo
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