Quarta-feira, 7 de agosto de 2024 - 18h41
A violência política
de gênero é considerada uma das principais causas de sub-representatividade das
mulheres no ambiente político e nos espaços de poder, prejudicando, de modo
direto, a democracia. O alerta foi feito durante evento online, realizado nesta
quarta-feira (7/8), pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO), sendo voltado a
partidos políticos, dirigentes e, principalmente, a mulheres candidatas.
A atividade
denominada ‘Combate à Violência Política de Gênero nas Eleições 2024’ foi
coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e
Combate à Corrupção (GAEC), Ouvidoria-Geral do MPRO e Núcleo de Apoio Eleitoral
(NUAPE). O evento teve como palestrante a Procuradora de Justiça do Ministério
Público de São Paulo, Vera Lúcia de Camargo Braga Taberti, Secretária Especial
de Assuntos Eleitorais naquela instituição.
Durante a
capacitação, a ministrante dimensionou os danos da violência política de gênero
para o regime democrático, afirmando que, ao excluir as mulheres da política
institucional, a conduta criminosa finda por afastar parcela da população que
se vê representada pelas mulheres, comprometendo a premissa básica de
democracia participativa e representativa.
“É no espaço político
que as mulheres encontram maior resistência, preconceito e discriminação. No
ambiente político, a vida particular e as condutas praticadas pelas mulheres,
são muito mais observadas e julgadas que as dos homens”, pontuou.
Tipos
A Procuradora
explicou que a violência política de gênero é tipificada pela Lei nº 14.192/21,
como a prática de assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por
qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo,
utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor,
raça, etnia, com a finalidade de impedir ou dificultar a sua campanha eleitoral
ou o desempenho de seu mandato eletivo.
Esse tipo de
violência pode ocorrer por meio de agressão física, psicológica, sexual,
simbólica e econômica contra a mulher. Assim, a ministrante chamou atenção para
os dois últimos tipos, destacando que a violência simbólica é configurada, por
exclusão de omissões importantes; ausência de assento próprio em gabinetes nos
parlamentos; uso de linguagem excludente, entre outras práticas.
Ao detalhar a
violência política, sob o viés financeiro, Vera Lúcia de Camargo explicou que
essa modalidade se dá pelo desvio de recursos de campanha eleitoral; ausência
de recurso (financeiro e material) e de estrutura para a campanha eleitoral,
além do descumprimento das propostas de recursos financeiros e de estrutura de
campanha, que foram feitas às candidatas na fase que antecede o registro de
candidaturas.
“É certo que os
partidos políticos possuem autonomia, mas devem dar o mínimo de recursos para
que candidaturas femininas sejam viáveis”, ressaltou.
Avanços
A Procuradora de
Justiça citou a criminalização da violência política contra a mulher (Lei n.
14.192/ 2021) como um avanço no país, reconhecendo as penalidades previstas
como instrumentos de prevenção e repressão à prática. Apesar disso, falou sobre
a necessidade de aprimoramento para a modificação do cenário de machismo e
preconceito ainda predominantes no cenário.
“Apesar de
representarem mais de 51% da população brasileira, as mulheres ocupam apenas
cerca de 18% dos cargos políticos”, ressaltou, pontuando a necessidade de
mudança. Atualmente, o Brasil ocupa a 132ª posição no ranking de representação
feminina na política.
A palestrante também
abordou fraudes a cotas de gênero, tendo, ao final, aberto espaço para
perguntas e participação do público.
Projeto
O evento online
‘Combate à Violência Política de Gênero nas Eleições 2024’ teve como objetivo
capacitar e fortalecer mulheres candidatas, preparando-as para enfrentar
desafios relacionados à violência de gênero na política.
O projeto busca
reduzir a violência política contra mulheres candidatas, fortalecer a
participação democrática feminina e garantir a correta aplicação dos recursos
financeiros nas campanhas eleitorais, além de ajudar a promover um ambiente
político mais seguro e equitativo para todas as mulheres.
A ação que marcou o
projeto nesta quarta-feira teve a participação da Coordenadora do GAEC,
Promotora de Justiça Tâmera Padoin Marques Marin; da Ouvidora-Geral do MPRO,
Promotora de Justiça Andréa Luciana Damacena Ferreira Engel; da Promotora de
Justiça de Combate à Violência Doméstica, Tânia Garcia e, ainda, do Coordenador
do NUAPE, Promotor de Justiça Glauco Maldonado Martins.
A atividade teve o
apoio da Comissão de Gênero Raça e Diversidade do MPRO.
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