Segunda-feira, 8 de abril de 2024 - 11h25
Só para incomodar: você, petista, acredita realmente
haver algum benefício eleitoral para o PT ou Gleisi Hoffmann no encontro em
Havana com o presidente cubano Miguel Diaz-Canel? Será que ela conquista algum
voto no Paraná numa imaginada campanha para o Senado, com a eventual cassação
de Sérgio Moro? Confesso não crer que haja um mínimo de seriedade na postulação
anunciada.
Devaneios à parte, os números indicam que Sérgio Moro
obteve, pelo União Brasil, 1.953.188 votos (33,50%). O segundo colocado, Paulo
Martins, do PL, conseguiu 1.697.962 votos (29,12%) e Álvaro Dias, do PODE,
ficou em terceiro com 1.396.089 votos (23,94%). Só com esses três a direita
abocanhou 86,56% dos votos válidos para o Senado. A esquerda conquistou, com
Laerson Matias, do PSOL, 17.953 votos (0,31%), em uma honrosa oitava e última
colocação.
Pense bem! O que terá mudado por lá desde
outubro de 2022? Não seria melhor deixar
Moro quieto no Senado, onde não há quem lhe conceda qualquer atenção? O PT
ganharia exatamente o quê com sua substituição pela deputada Rosângela Maria Wolff de Quadros Moro, a “conja”? Ou, pior, com a concessão de um palanque
permanente “terrivelmente evangélico” para Michelle de Paula
Firmo Reinaldo Bolsonaro? Compare Michele ou a “conja” a Sérgio Moro e
responda, com sinceridade: quem ganha com a mudança?
Para Paulo Martins, do PL,
segundo colocado em 2022, poderia haver alguma esperança de chegar ao Senado
com o afastamento de Moro, não fosse a participação anunciada das duas
senhoras. Mas o PT? Sem chances, ainda mais com a candidata fazendo
pré-campanha em Cuba.
Quanto ao senador Sérgio
Moro, ele está em plena atividade para salvar o mandato. Isso ficou demonstrado
na visita que fez ao ministro Gilmar Mendes, decano do STF, onde o mínimo que
conseguiu foi ser chamado de ladrão de galinhas. O que o senador esperava obter
por lá, além da estonteante humilhação? É a pergunta que todos fazem, já que
nem Sérgio Moro é assim tão idiota.
Sugiro aplicar aí um raciocínio
reverso. O que Gilmar Mendes conseguiu com o verdadeiro espancamento verbal que
aplicou? Acho que o ministro conseguiu demonstrar que o senador é, sim, um
perfeito pateta, cuja presença no Congresso só pode fazer mal a ele mesmo. Sua
cassação somente irá então fortalecer a bancada bolsonarista.
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