Quarta-feira, 8 de dezembro de 2021 - 13h53
Uma
comissão de representantes dos garimpeiros de Rondônia, que atuam no rio
Madeira, se reuniu, na manhã, desta quarta-feira (08), no plenarinho da
Assembleia Legislativa de Rondônia para discutir a legalização da atividade de
exploração mineral em Porto Velho.
O
evento foi uma audiência de instrução Legislativa, sendo presidida pelo
deputado estadual, Neidson Barro (PMN), da Comissão de Fiscalização e Controle
da ALE-RO. No encontro também estavam presentes: capitão da Marinha, Marcelo de
Souza Barbosa, da Capitania do Portos; engenheiro Pericles M. Quadros (Sedam);
geólogo Giovani Moreira de Sousa(Sedam); geólogo Diego de Araújo(Sedam);
garimpeiros(as) José Alberto Filho, Apodi Freitas, Marielle Farias Soares,
Marcos Farias Soares; bióloga Bruna Rafaella Oliveira Moura; ex-senador
Ernandes Amorim.
O
deputado Dr. Neidson, que presidia os trabalhos, aproveitou o momento e
solicitou dos representantes da Marinha e da Secretaria Estadual de
Desenvolvimento Ambiental(Sedam), a lista de documentos necessários para a
legalização das balsas e dragas que estão no rio Madeira. O garimpeiro
Apodi Freitas disse que os garimpeiros não podem ser culpados pela poluição no
Rio Madeira. Ele lembrou que a cidade de Porto Velho não tem saneamento básico
e todo o lixo produzido pelos moradores é jogado no rio.
Guerreiros
Um
vídeo foi apresentado mostrando o acumulo de lixo como garrafas pets e sacos
plásticos que se acumulam na parte do rio Madeira, que passa nos bairros
Nacional e Milagres, localizados na zona Norte da capital.
Apodi
também denunciou a violência por parte da Polícia Militar contra esses trabalhadores,
durante as fiscalizações feitas para coibir a extração de minérios no rio.
“Os garimpeiros são vistos como vilões, mas somos é guerreiro. Não aceito
policiais torturarem garimpeiros, chamarem de vagabundos. Nós não vamos deixar
isso acontecer. Vamos à Brasília e até a lua contra isso. Estamos ensinando os
garimpeiros a terem os seus direitos. Temos é que fazer projetos, para todos
ganharem, governos e garimpeiros”, declarou.
O
engenheiro Pericles Quadros, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento
Ambiental( Sedam), afirmou que o Governo do Estado está sensível a situação dos
garimpeiros que atuam no rio Madeira.
“O
garimpo do baixo Madeira não tem impacto ambiental significativo. Entendemos a
situação dos garimpeiros, tanto que não pedimos o EIA-Rima ou audiência pública
sobre o garimpo. A Sedam licencia a área, já a autorização para a extração é da
Agência Nacional de Mineração. Não podemos licenciar sem o estudo ambiental,
pois estaremos prevaricando. Precisamos saber quantas embarcações tem no rio",
explicou.
O
capitão da Marinha, Marcelo de Souza Barbosa, representando a Capitania dos
Porto, participou do encontro. Ele declarou que o trabalho de fiscalização nas
embarcações que estão no rio Madeira é feito dia e noite, mas existem muitas
irregularidades.
“A
maioria das balsas e dragas não está inscrita na Marinha. Qualquer embarcação
tem que ter documentos e uma pessoa habilitada para conduzi-la. Os nossos
inspetores são orientados a tratar de forma educada a todos durante as
fiscalizações. A hidrovia tem que estar livre e muitas dragas se encontram no
caminho das embarcações”, afirmou.
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