Sexta-feira, 2 de novembro de 2007 - 17h52
No século IV, já encontramos a Memória dos Mortos, na celebração da missa. Desde o século V, a Igreja Católica dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos - pelos quais ninguém rezava, e dos quais ninguém se lembrava. Desde o século XI, os papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos.
A inclusão
Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é a festa de Todos os Santos. O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração.
Origem do dia de finados
Os finados, os falecidos, sempre estiveram presentes nas celebrações da Igreja, e, no Memento dos mortos no Cânon da missa, desde os primórdios do Cristianismo. Porque, então, a liturgia cristã se interessou pelos mortos, também, fora do memento da missa? Porque a Igreja dedicou um dia, exclusivo, à lembrança dos finados? Os mártires, a perseguição, os encontros, e orações em catacumbas, cemitérios, e áreas isoladas marcaram o início da vida eclesial de muitos cristãos.
Sacramentários
Os mais antigos sacramentários romanos atestam o uso de missas pelos defuntos. Não sendo realizadas nos funerais (devido a perseguições), as celebrações funerárias aconteciam depois, como comemoração. A essa prática estão vinculadas, diretamente, as missas de sétimo, e trinta dias. Paralelamente, surgiu o registro dos vivos, e mortos a serem lembrados nas missas, como se pratica, ainda, hoje, em toda a Igreja.
Libri vitae
Esse costume está bem documentado na época carolíngia (IX-X séculos). Isso tomou o lugar dos antigos dípticos, tabuinhas de cera onde figuravam os nomes dos doadores de oferendas. Esses registros eram chamados de livros da vida (Libri vitae) e, como foi dito, incluíam vivos e mortos. Depois, os mortos foram separados dos vivos nessas listas.
Obituários
Desde o século VII, na Irlanda, escreviam-se os nomes dos mortos em rolos que circulavam como informação entre monastérios e comunidades. Era, também, uma maneira de comunicar a morte de monges e membros das comunidades, num contexto carente de meios de informação, muito diferente dos dias de hoje. Dessa tradição surgiram as necrologias (lidas nos ofícios) e obituários (lembrando serviços fundados, ou obras de misericórdia dos defuntos em suas datas). Passou-se, claramente, das menções globais aos nomes individuais.
Memória
Os "libri memorialis carolingianos" continham de 15.000 a 40.000 nomes a serem lembrados! As necrologias clunisianas, da Abadia de Cluni, na França, mencionavam de 40 a 50 nomes por dia! A lembrança litúrgica estava garantida, duravelmente, aos mortos, nominalmente, inscritos. Rapidamente, em toda a Igreja, o tempo da morte individual se impõe, doravante, nos registros mortuários.
Elitismo
Existe uma importante contribuição, e, originalidade clunisiana, no cuidado devido aos mortos, pela Igreja, que corresponde aos anseios da comunidade, e, à visão de uma Igreja Peregrina em comunhão com a Igreja Transcendental, ou Triunfante (comunhão dos santos). Entretanto, um certo caráter elitista marcava essa união dos vivos com os mortos, pois dizia respeito, em geral, aos grupos dirigentes. Por essas razões, a Igreja decidiu estender à totalidade dos mortos, de forma solene, uma vez por ano, essa atenção litúrgica.
Universalidade
No século XI, entre 1024 e 1033, Cluni instituiu a comemoração dos mortos, no dia 2 de novembro, em contato com a festa de Todos os Santos. A Festa dos Mortos passou, rapidamente, a ser celebrada em todo mundo cristão, e, pagão. Ela surge como um vínculo suplementar entre vivos e mortos na prática da Igreja, destinada a todos. O próprio mundo profano, em geral, também, aderiu a essa prática. Trata-se, hoje, de um dos feriados mais universais. São cerca de 1000 anos de celebração de Finados, pela fé na ressurreição!
- Vamos, todos, aos cemitérios, ou onde quer que estejam nossos entes queridos; e, ao contemplar a memória deles, que, em vida, estiveram tão próximos de nós, peçamos ao Criador (de nós, e de todas as coisas), que os tenha na sua glória.
Para descontrair
Epitáfios de gente famosa:
· Nelson Ned é a puta que o pariu! (Anão Zangado)
· Causa mortis: pneumonia. (Anão Atchim)
· Estou dando para os vermes o que sempre recusei aos homens... (Angélica)
· Do pró ao pó (Arnaldo Jabor)
· Caí do cavalo (Beto Carreiro)
· Isso é uma vergonha! (Bóris Casoy)
· É preciso passar o inferno a limpo. (Idem)
· Cuidado: inflamável (Boris Ieltsin)
· Alguma coisa aconteceu em meu coração (Caetano Veloso)
· Molí! (Cebolinha)
· A César o que é de César: um buraco (César Maia)
· Hay que apodrecerse (Che Guevara)
· Pai, viu o que deu não afastar de mim o cálice? (Chico Buarque)
· Ohana nas alturas (Cláudia Ohana)
· Às margens do rio Piedra eu sentei e a-do-rei! (Clodovil)
· Logo hoje que eu estava toda encaralhada? Puta que me pariu! (Dercy Gonçalves)
· Finalmente, não preciso fazer mais nada (Dorival Caymmi)
· Atenção, velas, flores e fotos autografadas estão à venda no estande da Igreja Universal, à direita de quem entra no cemitério (Edir Macedo)
· A Sociedade Protetora dos Animais conserva esta área (Edmundo)
· Meu nome era Enéas! (Enéas)
· Não morri, estou fazendo pós-graduação da vida (Fernando Henrique Cardoso)
· Desta vez, doeu demaaaisss! (Gal Costa)
· A complexitude do sincretizamento da afrocrença nagô com a mitologização da catolicitude, não deixa duvidanças: desencarneci. (Gilberto Gil)
· Sempre adorei criança. Malpassada (Herodes)
· Enterrem meu topete na beira do rio (Itamar Franco)
· Foi o único jeito dele pular cerca... (José Rainha)
· Foi culpa da Rede Globo (Leonel Brizola)
· Aqui jaz um malvadinho (Luiz Eduardo Magalhães)
NB:
O "Aqui Jaz - O Livro dos Epitáfios", de Aran & Castelo, Editora Ática - São Paulo, 1996, pág. 61 e seguintes, traz inúmeras sugestões sobre epitáfios, todas engraçadíssimas. Quem prestar atenção ao último e à data em este foi feito, logo pela manhã, não vai achar graça nenhuma (foi na data e hora da morte "dele").
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