Quarta-feira, 6 de setembro de 2006 - 23h16
O Grito será realizado na zona Leste da cidade, iniciando pela Igreja Santa Clara e encerrando na Escola Marcelo Cândia, Bairro Marcos Freire, em Porto Velho.
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Sob o tema "Brasil: na força da indignação, sementes da transformação", movimento irá discutir a soberania e a independência do país.
Com programação em praticamente todas as capitais e em cidades do interior, milhares de pessoas irão às ruas do Brasil para defender a soberania a independência do País. O 12º Grito dos Excluídos 2006 será realizado com o tema "Brasil: na força da indignação, sementes da transformação". O movimento tem como eixo o repúdio à exclusão social, à política econômica vigente e à corrupção, além da defesa da democracia direta.
Outra bandeira é a anulação da privatização da Companhia Vale do Rio Doce. Em janeiro, a 5ª Turma do TRF (Tribunal Regional Federal) de Brasília decidiu que será revista na Justiça a privatização da maior mineradora do mundo. O processo da venda vai ter de passar por uma perícia técnica.
Em Aparecida, Estado de São Paulo, o 12º Grito se unirá mais uma vez à Romaria dos às 7h, com acolhida, animação Trabalhadores. A concentração será no Porto de Itaguaçu, e mística. Às 8h, a caminhada sairá do Porto até a Basílica de Nossa Senhora de Aparecida. A programação em Aparecida, a maior concentração de manifestantes do Grito no país, será encerrada às 10h30, com a celebração da 19ª Romaria dos Trabalhadores, cujo lema é "Por uma nova Nação, seguimos com Maria, sem submissão".
Alguns números da exclusão social
A exclusão social denunciada pelo Grito está explicitada nos números do desemprego, do analfabetismo e na ausência de condições básicas de moradia e vida enfrentadas por milhões de brasileiros. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 34% da população economicamente ativa do país vivem do trabalho informal. De duas pessoas desempregadas, uma tem menos de 25 anos. Em cidades como Recife (15,3%), Estado de Pernambuco; Salvador (14,4%) e São Paulo (11,3%) as taxas de desemprego superam os 10%.
A taxa das seis maiores regiões metropolitanas do país registrou em julho a maior taxa de desemprego, 10,7%. Com Belo Horizonte (Minas Gerais) ficando com 9,1%; Rio de Janeiro, 8,7%, e Porto Alegre (Rio Grande do Sul), 8,7%. Enquanto em 1980, a renda do trabalho representava 50% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, agora representa 36%. Estimulam-se agora os sub-contratos. De 1995 a 2005, um terço das vagas criadas no setor privado é de sub-contratados (terceirizados). Em 10 anos, os empregos terceirizados cresceram 127%, sendo que em algumas categorias profissionais a terceirização atinge 90%. Cerca de 4 milhões famílias brasileiras não possuem nenhum tipo de remuneração.
As altas taxas de analfabetismo funcional e de crianças que estão fora da escola para trabalhar mostram que a educação não está sendo tomada pelos governantes brasileiros como medida essencial para a superação da pobreza. Um milhão de crianças de 10 a 14 anos trabalham; os analfabetos funcionais, aqueles com idade acima de 15 anos e que têm menos de três anos de estudos, representam 31,2% da população. O brasileiro permanece, segundo o IBGE, menos tempo que o necessário nas escolas. Enquanto que o mínimo exigido na educação básica é de 11 anos, o estudante só fica, em média, de quatro a sete anos.
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