Quarta-feira, 11 de janeiro de 2023 - 14h30
O interventor na segurança pública do Distrito
Federal, Ricardo Cappelli, disse hoje (11) que foi por causa de “falta de
comando” que não se conseguiu conter as ações de vandalismo e as "posturas
terroristas" ocorridas no dia 8. Ele responsabilizou diretamente o
ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça Anderson Torres
pelo ocorrido. Cappelli garantiu que situação similar jamais se repetirá na
capital do país.
“O que houve no domingo foi falta de comando e de
liderança. Após o Anderson Torres ter assumido a secretaria, ele exonerou boa
parte do comando, e viajou aos Estados Unidos sem estar de férias, uma vez que,
segundo o Diário Oficial do DF, suas férias teriam início no dia 9, após o
ocorrido”, disse o interventor.
Cappelli manifestou “plena confiança” nos homens da
segurança do Distrito Federal para lidar com as duas manifestações previstas
para esta quarta-feira (11). “Segurança se faz com liderança e comando. Hoje
temos comando e tenho plena confiança nos homens da segurança. Essa é a grande
diferença com relação à manifestação anterior”, disse.
Segundo o interventor, todo efetivo do DF foi
mobilizado. Haverá também presença da Força Nacional e o apoio dos serviços de
inteligência. O interventor acrescentou que a equipe e o comando escalado para
monitorar as manifestações de hoje é a mesma que atuou na “operação exemplar”
do dia 1º de janeiro, data da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Quero, portanto, transmitir à população uma
mensagem de tranquilidade. Não há hipótese de se repetir, na capital federal,
os fatos inaceitáveis do último dia 8”, disse. Por questões estratégicas,
Cappelli não revelou quantos profissionais foram mobilizados para atuarem na
segurança das manifestações de hoje.
Entre as medidas planejadas está o fechamento da
Esplanada dos Ministérios para a circulação de veículos e a instalação de
barreiras para revista, além de bloqueio para manifestantes nas proximidades do
Congresso Nacional. "Tudo será feito dentro da lógica pacífica de direito
à manifestação", explicou Cappelli. "Mas livre manifestação não pode
se confundir com posturas terroristas novamente", alertou.
Com relação às cerca de 1,2 mil prisões efetuadas
durante o flagrante do dia 8, Cappelli disse que todas pessoas liberadas por
questões humanitárias (idosos, grávidas, mães com crianças) já foram
identificadas. “Caso a perícia ou as imagens apontem algum procedimento
criminal travestido de passeata, eles serão recolhidos para o devido tratamento
legal”.
Perguntado se houve prevaricação de algum policial
militar, no sentido de facilitar a entrada dos vândalos nas sedes dos Três
Poderes, o interventor disse que a Polícia Militar já está investigando, e que
“abrirá até sexta-feira (13) um inquérito para apurar conduta eventual de
policiais que se comportaram fora daquilo que era previsto”.
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