Quinta-feira, 26 de julho de 2007 - 13h35
"O ser humano sob a guarda do Estado deve ser objeto de ações que repercutam positivamente sobre a sociedade. "O que ela exige é um retorno em termos de tranquilidade e de respeito para com o apenado, como forma de não ser penalizada por eventuais distorções de gestão no sistema". "O Urso Branco não é o melhor ou o pior, o mais problemático ou o menos recebedor de atenção entre todo o sistema penitenciário brasileiro". Com estas declarações de princípios, e a firme disposição de implantá-los, a psicóloga Janaína Carvalho Aldunate (Foto) assume a direção-geral do presídio Urso Branco com a missão de reverter a atual crise, que culminou com a troca de comando naquela unidade prisional, determinada pela Justiça. Agente penitenciária concursada desde 2001, Janaína foi lotada inicialmente na Penitenciária Feminina do Estado de Rondônia (PENFEM), e, em seguida, foi para a área administrativa da fábrica de bolas de futebol que funciona no Ênio Pinheiro. Na mesma época, graduou-se em Psicologia na UNIR e, em 2005, concluiu a pós-graduação lato sensu em Gestão Penitenciária, em curso realizado pela Fundação Rio Madeira (Riomar) em parceria com a Seapen. Assumiu o cargo de psicóloga-chefe do setor psicossocial no Núcleo de Saúde Penitenciária (Nuspen), prestando assistência durante dois anos a detentos de todos os presídios do estado. Ainda em 2005, foi nomeada presidente da Comissão Técnica Disciplinar do sistema penitenciário, setor que apura as faltas de comportamento dos apenados e fixa as sanções porventura cabíveis. Em outubro do ano passado, assumiu a diretoria administrativa do Urso Branco, cargo no qual permaneceu até ontem, quando foi indicada pelo secretário de Estado de Assuntos Penitenciários, Gilvan Ferro, para estar à frente do comando da maior unidade prisional do Estado. Detalhe: Janaína é a primeira mulher a assumir o cargo na história de Rondônia
O que a sociedade pode esperar da nova gestão do Urso Branco?
Uma filosofia de trabalho mais humanitária, considerando o ser humano que está sob a guarda do Estado como o objeto de um conjunto de ações que deve repercutir de forma positiva sobre a sociedade. Isso significa dizer que a cadeia não existe apenas para punir. Não pode ser apenas um depósito de gente, mas sim afirmar-se como instância pública onde se materializem as condições para que o investimento feito por esta mesma sociedade na garantia de sua segurança, quando delega este poder ao estado, e quando paga seus impostos, tenha como retorno a sanidade do sistema. Sanidade no sentido de manter práticas justas e humanas intramuros no presídio, práticas que sejam coerentes com um padrão civilizado de conduta e trabalho.
Quais são os maiores desafios que o cargo traz?
Primeiro, dissipar o estigma de "buraco sem fundo", de "corredor sem saída", de "fim de linha" que se criou em torno do Urso Branco. Em todo o sistema penitenciário brasileiro, ele não é a melhor ou a pior unidade prisional, a mais problemática ou a menos recebedora de atenção dos órgãos públicos. Temos um conjunto de circunstâncias e fatores estruturais que concorrem para que esta negatividade se enraíze, e vamos trabalhar para reverter este quadro; porém, é preciso reconhecer que existe um grande corpo funcional, ao qual me orgulho de pertencer como funcionária de carreira da Seapen, e que vai estar empenhado em fazer o melhor pelos presos e, por extensão pela sociedade. Assim como um compromisso permanente da secretaria, e principalmente do governador Ivo Cassol, para que se restabeleça a normalidade do trabalho no sistema prisional como um todo.
Com a formação de psicóloga pós-graduada em Gestão Penitenciária, no que a sra. acredita que o seu conhecimento acadêmico pode contribuir para melhorar o Urso Branco e sua imagem perante a opinião pública?
Não concordo com aquela frase feita que diz "na prática, a teoria é outra". O que a universidade busca apreender, e transmitir, é um conhecimento acumulado por profissionais de áreas complementares, todas essenciais para uma gestão profissional do sistema. Ao receber uma formação humanista, que dê a devida atenção aos aspectos antropológicos, sociológicos e psicológicos que envolvem nossa atividade, acredito firmemente que damos um passo firme no sentido de construir uma relação mais equilibrada e produtiva entre os protagonistas deste complexo movimento social - e estou falando aqui de apenados, agentes, advogados, juízes, desembargadores e também da Comissão Justiça e Paz e da Pastoral Carcerária, que têm o seu papel e valor específicos.
Sendo mulher, e a primeira na História do Estado a ocupar este cargo, como pretende enfrentar o machismo que predomina no ambiente carcerário?
Responder a esta pergunta só ajuda a reforçar este preconceito. Os fatos vão falar por si.
Fonte: Decom
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