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Política

Neodi anuncia a criação da TV Assembléia


O novo canal de televisão será um instrumento de divulgação de atos oficiais a serviço da comunidade rondoniense

 

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Neodi de Oliveira, esteve, ontem, no programa da Rádio Vitória-Régia comandado por Leo Ladeia, o Sala Vip, no horário do meio-dia  Tratou de todos os temas que foram objetos de perguntas e anunciou, entre outras coisas, a criação da TV Assembléia, um canal aberto que irá facilitar o conhecimento do público sobre as ações que são realizadas pela Casa do Povo. Também a questão do Beron, as críticas injustas que são feitas aos parlamentares e a parcialidade mercenária de órgãos de comunicação, com ênfase em sites de notícias, também foi objeto de sua apreciação, mas, o mais interessante, realmente, é que a entrevista revelou um político de diálogo, que sabe que na sua atuação os parlamentares tiveram erros, que não negam, e acertos que, muitas vezes, são distorcidos, porém, considera que isto é um processo de aprendizagem. Sem receio de ser taxado de governista por defender o que importa para o povo de Rondônia e para o crescimento do Estado Neodi deixou claro que aceita críticas, todavia o que dói não é a critica, mas a má fé com que a atual legislatura tem sido tratada, apesar de ser mais transparente, ter economizado recursos e procurar legislar da melhor maneira possível.

 

A questão do Beron

O presidente Neodi Oliveira começou sua entrevista no programa Sala Vip parabenizando a Rede Record e a Vitória-Régia pela campanha de doação de sangue, uma campanha feita com a ajuda de cinco faculdades que presta um efetivo serviço às pessoas que precisam de sangue para transfusão. A pergunta inicial versou, logo sobre a participação da Assembléia no Beron e se era importante os deputados irem para Brasília participar das discussões e trâmites da questão. Neodi aproveitou a oportunidade para esclarecer que a participação da Assembléia foi e é “importantíssima”, ao contrário do que dizem os deputados não estavam “passeando” em Brasília e sim lutando pelo Estado e por seu povo. Neste particular o mérito não cabia apenas à Assembléia tanto que disse “Quero parabenizar, por sua capacidade técnica, o Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, Valdivino Crispim de Souza, que fez uma palestra, na reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, para debater a questão da dívida do extinto Beron, mostrando as fragilidades do Regime de Administração Espacial Temporário (RAET), responsável na época pela missão de gerenciar o Beron, para um seleto auditório conseguindo inclusive calar um conselheiro do Tribunal de Contas da União com sua forte argumentação”. Afirmando que irá pedir uma moção de aplausos para o conselheiro Crispim o presidente considerou que este deixou evidente “o absurdo da dívida que nós pagamos”, de vez que “a intervenção do Banco Central multiplicou por 10 da dívida que o banco possuía” . Também elogiou o senador Expedito Júnior por sua luta e ao senador Jaime Campos, do Mato Grosso, que por já ter experiência administrativa compreendeu prontamente o problema e fez “uma defesa fantástica” de Rondônia por saber o que representa pagar R$ 10 milhões para um Estado como o nosso. Infelizmente o senador Romero Jucá está empurrando o processo com a barriga defendendo o governo contra toda a lógica. Não é um comportamento correto “defender coisas irreais que são contra o povo”.

 

Os fatos e a imprensa

O fato é que a dívida é derivada de um empréstimo de R$ 28 milhões que se fez na época e a União nem dinheiro deu, mas, conforme esclareceu Leo Ladeia, na época, para sanear o Estado o governo Bianco precisava acertar as contas, daí que aceitou, mas, de lá para cá, já pagamos mais de R$ 720 milhões de uma dívida que não chega a R$ 200 milhões porque nós pagamos primeiros os juros e só, agora, começamos a pagar a amortização. No entanto continuar pagando R$ 10, 15 milhões por mês de uma dívida que, na sua maior parte, não foi feita por nós e já foi paga é um verdadeiro absurdo, daí a importância da luta da Assembléia. E este é o seu papel: lutar pelo Estado e pela população. “È dinheiro nosso que está sendo carreado para a União”, disse Neodi, dinheiro que faz falta para investimentos e que deve ser reposto. Pelo menos uns R$ 360 milhões do que já foi pago e muita coisa se poderá fazer em Rondônia. Assim presta um desserviço ao Estado “a imprensa marrom que fica criticando o trabalho que a Assembléia faz. Nós fomos eleitos para defender o povo de Rondônia e tivemos a oportunidade de ver e acompanhar o que está acontecendo”, bem como se a dívida no final do processo for reduzida em 60% terá sido uma grande vitória. Por ele, não estariam lá só 21 deputados, três não puderam comparecer por outros compromissos, mas todos cumprindo seu papel, lutando pelos interesses de Rondônia.

 

Até dezembro

O ponto alto do programa foi, sem a menor sombra de dúvidas, a informação de que reunido com 23 presidentes de Assembléias o ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciou que vai disponibilizar as condições, inclusive o canal, para a instalação da TV Assembléia, entre as quais a do Estado de Rondônia. Neodi de Oliveira enfatizou a importância da TV Assembléia lembrando que, mesmo durante a campanha eleitoral, alertava a população sobre a necessidade de acompanhar a atuação de seus candidatos depois de eleitos. Segundo ele, “Não adianta nada votar em um candidato e não acompanhar os trabalhos que ele faz depois”. Porém, sabe que é muito comum a pessoa não se lembrar nem mais em quem votou, de forma que se isto acontece o eleitor fica sem base para cobrar as promessas e avaliar o desempenho dos eleitos. Assim a importância do canal da Assembléia reside em que às pessoas poderão diretamente ver e avaliar o posicionamento e os votos de cada um, o que será salutar para todos poder acompanhar se deu deputado está lá, ou não, se comparece as sessões, se vota ou como vota porque, muitas vezes, aquela imprensa marrom distorce completamente o que é feito. Há, principalmente entre os sites, 90% dos sites, não cobrem as coisas com imparcialidade, dizendo o que é bom ou ruim, de acordo com uma avaliação sincera. O que se vê são coisas absurdas, vergonhosas que são escritas apenas com a finalidade de achacar. A TV Assembléia vai dar as pessoas a condição de, a partir de suas casas, ver o trabalho da Assembléia por um canal aberto, que logo será digital, com a vantagem de que uma televisão assim, que custa de R$ 5 a 10 milhões, será obtida de graça. A Assembléia somente terá que investir em pessoas com capacidade o que já existe e criar um instituto específico para a televisão que terá uma programação de 24 horas dando tempo para cobrir as sessões. Para Neodi, será excelente porque “Não se poderá dizer que votamos coisas na calada da noite. Nós votamos quando tem de votar e se a discussão e a votação se estende até muito tarde ninguém deixa de votar, então criticam os deputados por trabalhar muito”. A TV Assembléia irá ajudar no processo de transparência, a mostrar que nossas ações são abertas, claras que tudo que tem sido feito é para melhorar a vida da população.

 

O aprendizado

O presidente Neodi de Oliveira não negou que, para muitos, a atividade parlamentar ainda é um aprendizado. Afinal 80% dos deputados foram renovados e ainda está ocorrendo uma adaptação e muitos não se conheciam nem tinham experiência parlamentar, então “Nós temos o nosso caminho”, mas “fizemos uma economia fantástica nos últimos sete meses. A ALE também discutiu temas importantes e difíceis, muitas vezes, num clima pesado, acusados injustamente por interesses espúrios e as controvérsias atingem a população que fica com um nó na cabeça sem saber em que acreditar”. E nós não temos dinheiro para gastar com mídia, especialmente marrom. Claro que erramos em algumas coisas, é normal, nem tudo que fizemos foi bem feito, mas, como disse ainda hoje pela manhã o deputado Ribamar Araújo, um deputado que prezo muito por seu comportamento correto, por sua experiência “Melhoramos bastante, mas precisamos melhorar muito mais”. É correto, curtíssimo, porém, é um processo onde as pessoas precisam se conhecer melhor até para saber do comportamento do outro; como se diz popularmente “Para saber o tamanho do coice que cada um pode dar”. Daí também a importância da TV Assembléia que escancara as ações, dá a transparência que desejamos dar permitindo a qualquer um de sua casa avaliar os parlamentares e até mesmo, se for o caso, sair dela para protestar contra o que não concorda na própria Assembléia. O que não é justo é desconhecer que cuidamos de coisas importantes, por exemplo, o embargo da carne pelo Rio Grande do Sul. Se não tivéssemos tomado à frente ido até as autoridades de lá o embargo não teria sido suspenso com sérios prejuízos para o Estado. Não temos a imprensa para divulgar isto. No entanto somos responsabilizados por coisas que não são da nossa responsabilidade. Somos culpados por votar ou deixar de votar, porém não temos sido julgados de forma justa.

 

O passado e o presente

Neodi foi lembrado que esteve também presente na legislatura passado e instigado a fazer uma comparação entre a atual e a passada o que não se negou a fazer; “Aquela legislatura começou com o pé errado. Na posse já houve o confronto com o Executivo e daí em diante não houve mais conserto”. É o que não aconteceu na atual que até se diz que a Assembléia é “capacho” do governador o que não é verdade. Cassol nunca quis mandar na Assembléia nem antes nem agora. Nunca quis. Queria que aprovassem as matérias de interesse da administração, em benefício do povo. É o que está sendo feito. Normalmente matérias que são de interesse público estão sendo aprovadas com 22 votos a favor desde que sejam para o desenvolvimento de Rondônia, a favor da população. Nós temos, por exemplo, o PT que faz uma oposição permanente ao governador, mas não faz oposição aos projetos que são a favor da população. Ou seja, estamos votando de acordo com nossos princípios e com a nossa consciência. Não votei em nenhum projeto a favor de Cassol. Votei a favor do povo, a favor do desenvolvimento. A serviço não do segmento A, B ou C, mas em favor do todo. Meu posicionamento não muda. Agora algumas coisas são distorcidas. Veja o absurdo do gatilho de 10%, votado de última hora na legislatura passada, completamente inconstitucional e a Assembléia do Estado de Rondônia já foi citado na “Veja” como a campeão de projetos inconstitucionais, se der 10% para uma classe tem que dar 10% para todas, pelo princípio da isonomia, e aí quebra o Estado. “Esta na hora de acabar com os políticos demagogos do Estado. A Lei de Responsabilidade Fiscal está, aí, para punir os gestores irresponsáveis” e nós não podemos nos dar ao luxo de ser irresponsáveis, além de sabermos que “O pior salário é aquele que não se recebe no fim do mês”. A lei do gatilho foi de iniciativa do legislativo o que não pode legalmente. Agora qual o dirigente que não quer dar aumento para seus funcionários? O governador Cassol disse que não dava por não poder e se alguém mostrasse a ele como podia ele dava. A diferença real está no senso de responsabilidade que hoje existe.

Fonte: Jornal Alto Madeira

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