Exigência do Estatuto das Cidades, as prefeituras dos municípios acima dos 20 mil habitantes estão dando tratos a bola para planejar seu futuro, como é o caso de Porto Velho, a capital rondoniense, com seus 400 mil habitantes.
Foi ainda no final da década de 80, com a administração Francisco Chiquilito Erse, com o auxílio de técnicos da Universidade de São Paulo –USP, que Porto Velho desenvolveu seu primeiro Plano Diretor com olhos voltados ao futuro. No primeiro documento já se planejava melhorias como adensamento urbano, o respeito aos fundos de vale, a utilização do solo, questões emergenciais como saúde, educação, moradia, até malha do sistema de transportes coletivos eram devidamente esmiuçadas.
Em meados dos anos 90 também o prefeito José Vieira Guedes voltaria a tratar do assunto e anos depois um novo Plano Diretor seria concluído ao longo da administração Carlinhos Camurça, ouvindo a população, através de audiências públicas.
O governo do atual prefeito Roberto Sobrinho, com a realização do 1º Seminário Técnico da Revisão do Plano Diretor de Porto Velho, centra suas preocupações para o futuro, buscando ainda maior participação popular. Situações novas como a construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio bem como a implantação do anel viário estão vindo a tona, ao lado de outras diretrizes já tratadas em estudos desta natureza.
Justifica-se a revisão do nosso plano diretor porque o crescimento atual é direcionado para a Zona Leste (região do Tancredo/JK/Mariana) que é mais baixa e alagadiça, enquanto que a melhor opção para a municipalidade é estabelecer estacas para projetar o nosso desenvolvimento para a Zona Norte, região onde está o eixo Eldorado/Caladinho/ Cidade do Lobo.
É claro, que um estudo detalhado, como nosso Plano Diretor tem que ir bem mais além. Temos problemas graves para ser combatidos, a partir das alagações durante os rigorosos invernos da Amazônia, quando a cidade se transforma num verdadeiro igapó. Existe a necessidade, por conseguinte, de investimentos maciços na macrodrenagem, ações que exigem muitos recursos, mas que funcionaram bem quando tocadas pelos ex-prefeitos Chiquilito, José Guedes e Carlinhos Camurça.
Com ocupação desordenada, Porto Velho cresceu a razão de 11 por cento ao ano nos anos 80, o que seria atualmente incorporar a população de Rolim de Moura anualmente a cidade. O poder público, naturalmente não acompanhou as demandas sociais causando com isso enormes déficit no abastecimento de água, de pavimentação, moradia, saúde etc.
Resgatar todas necessidades, além de se projetar para uma nova onda migratória por conta da construção das hidrelétricas do Madeira se torna o grande desafio da nossa municipalidade nesta revisão do atual Plano Diretor.
Fonte: genteopinião
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)