Terça-feira, 10 de maio de 2022 - 13h48
A
regularização fundiária das linhas localizadas na Reserva Cuniã foi tema de
audiência pública, na Assembleia Legislativa de Rondônia. A discussão aconteceu
na manhã desta segunda-feira, 09, e foi proposta pelos deputados Chiquinho da
Emater (PSB) e Ribamar Araújo (PL).
Na audiência,
estiveram presentes diversos representantes de linhas rurais daquela região. O
pastor Wilson Cassiano Pontes, da Linha C10, começou falando sobre o histórico
de ocupação da área. “Muitas vezes a gente é tratado por invasor e, na verdade,
nós não invadimos nada naquela área. Nós não somos invasores. Nós fomos
assentados ali", ressaltou no início do relato.
Pontes
enfatizou que, em 1964, o Exército Brasileiro demarcou aquela região. Depois,
em 1982, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) demarcou
e assentou diversas famílias na área. “No ano de 1990 a 1994, o Incra
intensificou o assentamento dessas pessoas. Ele levou várias famílias para
aquela área”, destacou.
Ainda segundo
Pontes, em 1995, foi criada uma associação na região. Já em 1996, o Governo do
Estado criou uma reserva no local, onde famílias haviam sido assentadas
anteriormente. Porém, os assentados teriam tomado conhecimento acerca da
reserva apenas em 2007, por meio de uma ação da Secretaria de Estado de
Desenvolvimento ambiental (Sedam).
“A Sedam bateu
ali dentro, no ano de 2007, informando a todo mundo que tinha prazo de 15 dias
para desocupar a área, porque aquela área era de reserva e pertencia ao Estado
de Rondônia e nós estávamos no local errado”, lembrou.
No final da
fala, Pontes pediu apoio das autoridades para regularização, pois existem
famílias que moram há décadas na região. Em seguida, o representante da Linha
C30, José Guedes Neto, ratificou que o Incra assentou pessoas na região, porém,
quando a área passou ao Estado, não houve acordos de indenização ou realocação
das famílias.
“Em 2000 foi
cedida essa área para o Estado, aonde o Incra fala que não tem mais interesse
na área. Em 96 criaram o decreto e só em 2000 que o Incra vai falar que não tem
interesse na área? E esse tempo que o povo estava lá? Até hoje não temos uma
resposta”, reclamou Neto.
Durante a
audiência, o deputado Chiquinho da Emater enfatizou que a cópia da ata será
encaminhada para o governador do Estado, Incra, Ministério Público Federal,
Sedam, e demais órgãos competentes. “Para mostrar que ali moram pessoas; que
ali, o Incra assentou pessoas e está faltando respeito com o produtor rural
daquelas linhas ali; queimando as suas casas, destruindo plantações. Uma coisa
totalmente desumana”, destacou.
Outros
representantes também discursaram e ressaltaram que os assentados trabalham com
agricultura familiar e precisam apenas de parte da área, onde famílias foram
assentadas antes da criação da reserva. Para complementar o debate, a advogada
Eva Lídia falou sobre a criação de reservas no Estado.
O deputado
Chiquinho ainda destacou que Assembleia tem feito audiências públicas para
discutir sobre regularização fundiária no Estado. “Todas essas audiências tem o
grande objetivo de mostrar aos órgãos federais, estaduais; para o governo do
Estado, que tem que tomar uma providência urgente. Não podemos mais conviver com
isso”, disse.
Defensores
populares também participaram da discussão e falaram sobre problemas fundiários
no Estado. Chiquinho também afirmou que será feito um requerimento para que a
Sedam compareça à Comissão de Agricultura, para esclarecer ações que a secretaria
tem desenvolvido junto aos assentados.
O deputado
Ribamar salientou que a audiência pública representa uma demonstração de luta e
esperança para as famílias angustiadas com a questão agrária. Ele ainda
enfatizou que a Assembleia apoia o trabalho dos produtores rurais. “A nossa
parte, estamos fazendo. Se dependesse da gente, esse povo estava lá, era
produzindo, vivendo com dignidade e não aqui, chorando, clamando, suplicando
por justiça”, reforçou.
Assista a
audiência pública, na íntegra, no endereço:
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