Quarta-feira, 1 de agosto de 2007 - 16h51
SEDUC confirma privilégio do governo aos cargos comissionados e a discriminação aos trabalhadores em educação
Ao tentar explicar o inexplicável, ou seja, a discriminação, por parte do governo, aos trabalhadores em educação, o secretário de Estado da Educação, Edinaldo Luustoza acabou por confirmar que os diretores de escolas e os ocupantes de cargos comissionados da educação foram privilegiados com reajustes que chegam a 116%, e que os professores e os funcionários de escolas não merecem valorização.
De acordo com o texto divulgado pela assessoria da SEDUC, o secretário teria dito que “não se trata de reajuste salarial. Para ele, no entanto, trata-se apenas de uma correção para atender os educadores que trabalham hoje à frente das direções de escolas (exercendo cargos comissionados).” Mais adiante, o texto exibe a contradição existente na SEDUC, também atribuindo ao secretário a seguinte frase: “Não há nenhuma discriminação em garantir aumento para os servidores que exercem cargos de direção nas escolas, seja ele servidor do quadro efetivo ou mesmo os comissionados”.
O raciocínio do secretário não é seguido pelos demais servidores estaduais, principalmente os da educação, nem pela sociedade de Rondônia. “Ora, como o secretário tem coragem de dizer que não há discriminação? Ele apenas mudou o nome da regalia oferecida aos apadrinhados políticos, de aumento salarial para correção”, disse indignada uma professora que preferiu não se identificar temendo sofrer perseguições. “Como o secretário afirma que não há discriminação, se só os cargos comissionados tiveram aumento?”, completou.
Para os trabalhadores em educação que procuraram o SINTERO nesta quarta-feira, mais hilária, ainda, é outra afirmação atribuída ao secretário por sua assessoria na qual diz que: “Não estamos aumentando o salário dos cargos de confiança, mas apenas valorizando os detentores de cargos em comissão que trabalham diretamente à frente das escolas da rede pública de ensino”. Para a direção do SINTERO não há diferença entre “aumentar o salário dos cargos de confiança” e “valorizar os detentores de cargos em comissão”.
A presidente do SINTERO, Claudir Mata, disse que foi exatamente isso que revoltou os trabalhadores em educação. A categoria está desde o início do ano tentando negociar com o governo a reposição das perdas salariais, que só na administração Cassol chega a 12%. O governo vem divulgando que os cofres públicos não comportam qualquer reajuste, mas descriminou os trabalhadores em educação e privilegiou os apadrinhados políticos com reajuste de 73% para secretários de Estado e de até 116% para diretores de escolas.
Fonte: Adércio Dias
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