Aventureiros iniciam expedição pioneira: travessia de ponta-a-ponta da Transamazônica (BR 230) de Labréa (AM) até Cabedelo (PB)
Largada será neste domingo (10), a partir das oito horas, na balsa do rio Madeira.
Com duas camionetes L-200 e um jipe Land Rover, oito pessoas pretendem vencer os cinco mil quilômetros de buracos, lama, erosão e pontes destruídas e de lugares inóspitos da selva amazônica, em 20 dias.
Aventureiros e apaixonados pelo off-road 4x4 de Rondônia vão percorrer, a partir do dia 10/06 (domingo), todo o traçado da rodovia federal BR 230, denominada de Transamazônica, em cerca de cinco mil quilômetros de lama, atoleiros, erosões, inúmeros pontes e pinguelas danificadas, balsas improvisadas, e lugares inóspitos, em plena selva amazônica, para onde milhares de pessoas se deslocaram e vivem em suas margens e entorno, e até hoje esquecidas e abandonadas de ações governamentais há 34 anos, quando do início da estrada projetada pelo governo militar (73) para integrar o norte e nordeste brasileiro.
È pretensão da equipe, formada por sete pessoas em três veículos, vencer todo esse traçado em cerca de 20 dias.
A aventura, ou Expedição Transamazônica –"O Encontro das Águas" – é pioneira, porque ambiciona percorrer toda extensão de ponta-a-ponta, sendo iniciada em Labréa, no sul do Amazonas e distante 385 quilômetros de Porto Velho, de onde sai à expedição no dia 10, atravessa oito estados contando Rondônia, seguido pelo Amazonas, fim da rodovia; Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará e Paraíba, mas precisamente na cidade portuária de Cabedelo, marco zero da rodovia, e área metropolitana de João Pessoa, capital paraibana.
Além do pioneirismo – muitas outras expedições já foram realizadas, mas apenas em parte e não em sua totalidade como essa – os aventureiros têm como lema o apelo ambiental para despertar a consciência da necessidade de se preservar os mananciais e fontes de água do planeta, principalmente da Amazônia, tão cobiçada em decorrência dos reflexos do aquecimento global. Daí o lema, Encontro das Águas.
Em Lábrea, onde os expedicionários começam o desafio de percorrer toda extensão da Transamazônica, será colhida a água do rio Purus que será levada com as de outros tantos rios – Madeira, Tapajós, para ficar nos mais conhecidos tributários do Amazonas - ao longo da rodovia, para se encontrar com as do mar, o oceano atlântico na Paraíba. Essas águas, segundo pretendem os expedicionários, servirão de base a um museu da água – que será induzida sua criação na Paraíba – como forma de despertar consciência ecológica permanente em trabalhos de educação ambiental escolar.
A idéia dessa expedição surgiu de um grupo de amigos que vivem em Rondônia, mas em sua maioria vindos do Nordeste (ver box sobre o grupo "Moafos do Madeira), que pretendem com essa aventura reavivar e disponibilizar na mídia a história dessa estrada – a maior rodovia transversal no sentido leste-oeste do país – destacando sonhos, lendas e costumes das pessoas que nela vivem, e ainda promover o intercâmbio cultural e prática da solidariedade e fraternidade.
Para essa expedição três veículos 4x4 foram preparados para as condições adversas como atoleiros, areia, erosão. São duas picapes L-200, uma savana e outra sport, e um jipe Land Rover 90, equipados com pás, enxadas, macacos, guincho, kit sobrevivência, barracas e altas doses de adrenalina
Moafos do Madeira – o nome é a formação de duas palavras comumente ligadas às tradições atávicas dessa equipe: moafo, em linguagem de matuto nordestino, significa coisa antiga de há muito guardado, como o sonho de ver a transamazônica pavimentada; Madeira, nome do rio que banha Porto Velho, residência da maioria dos membros dessa expedição assim formada: Magno Guedes, 48 anos, paraibano, comerciante; Yodon Guedes, 43 anos, paraibano, jornalista; Robson Oliveira, 45 anos, paraibano, jornalista e advogado; Robinson Schoaba, 34 anos, rondoniense, geógrafo; Rui Barbosa, 45 anos, cearense, representante comercial; Osvaldo da Silva, 40 anos, maranhense, micro-empresário; Evandro de Farias, 40 anos, piauiense, comerciante; e Irevan Silveira, 44 anos, paraibano, funcionário público.
Fonte: Yodon Guedes
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)