Terça-feira, 22 de novembro de 2022 - 10h00
Na tarde desta segunda-feira
(21), a Audiência Pública proposta e presidida pelo deputado estadual Cirone
Deiró (União Brasil), realizada no plenário da Assembleia Legislativa,
apresentou as conclusões da Auditoria na Educação para alunos com deficiência,
sob a perspectiva da educação inclusiva, em Rondônia. O trabalho dos auditores
é resultado de solicitação feita pelo Deputado Cirone ao presidente do Tribunal
de Contas do Estado (TCE-RO), conselheiro Paulo Curi. A época o deputado
solicitou ajuda para a construção das bases da política pública para a educação
inclusiva e garantir o acesso dos alunos com deficiência em sala de aula.
Iniciadas em março deste ano,
as reivindicações de mães, familiares e profissionais da área também foram pautas
de discussões no âmbito do Gabinete de Articulação para Efetividade da Política
de Educação em Rondônia (Gaepe-RO), organismo que, sob a coordenação do
Instituto Articule, do Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa
(CTE-IRB) e da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil
(Atricon), reúne instituições de controle, do sistema de justiça e da área da
educação pública de Rondônia.
Além do parlamentar, compuseram
a mesa de trabalhos, o deputado Williames Pimentel (MDB), o presidente do
TCE-RO, conselheiro Paulo Curi Neto, a secretária de Estado da Educação
(Seduc), Ana Lúcia Pacini, representando a Defensoria Pública de Rondônia, o
defensor Eduardo Guimarães Borges, o presidente da Comissão Especial de Defesa
das Pessoas com Deficiência - OAB-RO, Peterson Henrique Nascimento, a
presidente do Instituto Estadual de Desenvolvimento da Educação Profissional de
Rondônia (Idep), Adir Josefa de Oliveira e a secretária Municipal de Educação
de Pimenta Bueno, Marcilene Rodrigues da Silva, representando a União Nacional
dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
A audiência também contou com
a presença de várias autoridades e lideranças municipais, representantes de
instituições de ensino públicas, privadas e do terceiro setor, além de pais,
mães e alunos. De acordo com o proponente da reunião, que abriu a audiência
agradecendo a presença de todos e ao trabalho do órgão de controle, durante a
auditoria do TCE-RO na esfera da educação inclusiva, além da equipe técnica do
Gaepe, foram ouvidos pais e mães de alunos, professores e demais servidores de
escolas que, segundo Cirone Deiró, contribuiu para plano de trabalho apresentado
pelo TCE-RO no último mês de junho. Com a apresentação do relatório final a
Seduc conheceu as recomendações do TCE-RO para a adoção de políticas públicas
necessárias para mudar o atual cenário no ensino público ou privado em Rondônia,
para alunos com deficiência.
“Agradeço a cada um de vocês que
hoje estão aqui, acompanhando o resultado dessa iniciativa que tomamos lá em
2019, que é a de dar essa atenção a questão da educação especial, a
participação de todos é muito importante e fico muito grato ao ver tanto
envolvimento, preocupação, dedicação. Precisamos sim, nos unirmos, dar as mãos,
para que possamos crescer, poder fazer com que o rondoniense possa ter
qualidade de vida em todas as áreas. Somos feitas de pessoas. Que com essa
ação, políticas públicas adequadas possam ser destinadas a esse público
especial que fazem parte da nossa sociedade e merecem tanta qualidade de vida
como todos os demais”, enfatizou Cirone Deiró.
O deputado Williames Pimentel,
parabenizou o colega parlamentar pela iniciativa e afirmou considerar que,
“quando se discute uma política pública de inclusão social para pessoas
especiais, isso é um marco nesse parlamento”, declarou Pimentel.
“E é esse parlamento que tem a
obrigação de fazer o que está fazendo, por ter sido um mandato do povo. Cirone
foi reeleito, pois foi essa a vontade do povo. Digo ainda que, a política
pública necessária para essa discussão precisa ser adotada com a participação
do Poder Executivo. E nós, do Poder Legislativo, órgão fiscalizador e institucionalizado
de marcos regulatórios, temos que extrair a essência dessa auditoria, e
transformá-la em um marco regulatório obrigacional para incluirmos essa
política na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual. Já me
disponho, a inserir da minha emenda individual, da qual tenho direito constitucional,
R$ 1 milhão, para contribuir para a implantação dos resultados dessa auditoria
operacional”, anunciou Pimentel.
O presidente do TCE-RO, Paulo
Curi Neto, até mesmo na coletiva de imprensa que antecedeu a audiência pública,
afirmou que, diante dos diagnósticos resultantes da investigação referente à
educação inclusiva, “a situação é preocupante”. Segundo Paulo Curi, os
problemas nesta área se revelaram ainda maiores do que os já existentes na
educação regular.
“Considerando a percepção dos
nossos auditores é a de que Rondônia precisa de uma política verdadeiramente
institucionalizada, com definição de papéis, objetivos, metas. Não existe o
conjunto de ações das secretarias estaduais de Educação, Saúde e Assistência
Social. A Seduc sozinha, não consegue resolver todas as causas dos problemas na
educação inclusiva. Há carência de recursos orçamentários e financeiros,
pessoal técnico e qualificado, insuficiência de instalações físicas e
adaptadas, insuficiência de equipamentos, recursos tecnológicos e material
pedagógico adaptado aos alunos portadores de deficiência, não há uma política
institucionalizada para garantir estímulos precoces e não há um plano de
educação individualizada, ou seja, há muito a ser feito. Com esta entrega,
indicaremos a necessidade de planos de ação para começarmos a resolver todos
esses problemas.
Na sequência, segundo o
presidente do TCE-RO, o próprio órgão fará o monitoramento de todas as ações
para que possamos indicar ao Poder Público, alternativas para melhorar toda essa
realidade e as políticas públicas que venham ser necessárias. O relatório da
auditoria do TCE-RO, já passou pelo crivo do Ministério Público de Contas de
Rondônia e, de acordo com o Paulo Curi, está nas mãos do conselheiro relator e,
em breve, será submetido ao colegiado do TCE-RO, que deverá dar prazos.
A secretária de Estado da
Educação de Rondônia, Ana Pacini, também fez uso da palavra durante a audiência
pública. Ela começou agradecendo ao deputado Cirone Deiró, por ter trazido um
tema tão relevante na educação, e lembrou também que o parlamentar tem sido um
grande parceiro nas pautas dessa área. Ana Pacini afirmou que essa auditoria
feita pelo Tribunal de Contas em relação a Educação Inclusiva em Rondônia,
servirá de base para a construção de políticas públicas em nosso Estado
voltadas para a educação especial.
“Isso supre uma lacuna de
tantos anos de inércia. Nós temos uma dívida histórica, não só com a educação para
pessoas com deficiência, mas com a educação indígena, de jovens e adultos,
quilombola. São educações que há muito pouco tempo se iniciou esse trabalho de
fortalecimento. É uma educação que falta muito a se fazer, por mais que nós, do
Executivo, tenhamos estudados e investido, ainda estamos longe de fazer uma
educação digna como cada estudante merece. Temos esse compromisso de melhorar”,
disse.
Outra observação, feita por
Ana, foi a de que, como educadora e como mãe, ela sabe o dever que tem com
todos os estudantes de Rondônia. Ela agradeceu a iniciativa de terem feito um
levantamento sobre educação inclusiva em nosso Estado. “Muito obrigado ao dr.
Paulo Curi e toda a equipe do Tribunal de Contas por essa auditoria e isso nos
ajudar, certamente, a melhorar os nossos atendimentos na educação especial”,
declarou.
A apresentação do relatório
final da auditoria do TCE-RO, ficou sob a responsabilidade da coordenadora dos
trabalhos, auditora Vanessa Valente. Segundo
ela, o termo educação inclusiva foi utilizado para abarcar o provimento da
educação especial dentro da escola regular, sendo aquela que objetiva o
atendimento e a inclusão dos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação nas classes comuns do
ensino regular. “Apenas para fins didáticos e de objetividade, esse público
será denominado como, pessoas com deficiência, durante essa apresentação”, informou
a auditora ao dar início a apresentação do relatório do TCE-RO em slides.
A auditoria feita pelo
Tribunal de Contas do Estado de Rondônia teve como objetivo avaliar a política
da educação especial sob a perspectiva da educação inclusiva no governo estadual
com foco no Poder Executivo estadual. Uma das conclusões do levantamento do TCE
foi a de que a política de educação inclusiva em Rondônia, não está
institucionalizada adequadamente, não tendo os seus papeis, objetivos e metas
definidos, impossibilitando a avaliação dos resultados. Outra conclusão do
relatório foi a de que não há intersetorialidade na política de estadual de
educação inclusiva que passe por todas as secretarias (Seduc, Sesau e Seas).
Assim, as informações sobre os alunos com deficiência não são compartilhadas
entre as secretarias municipais de educação, saúde e assistência social.
A avaliação do TCE concluiu
também que a Seduc não dispõe de estrutura física, recursos suficientes e
apropriados para a implementação da política de educação inclusiva. Segundo o
texto, por exemplo, apenas 66,1% das escolas de todas as redes do Estado
possuíam acessibilidade arquitetônica em 2019. Outra carência detectada foi a
falta de equipamentos na área de deficiência visual. Após a apresentação dos achados,
a auditora Vanessa Valente apresentou as propostas de encaminhamentos, que
visam sanar os problemas encontrados, onde, posteriormente, resultarão em um
plano de ação, a ser elaborado pelas pastas estaduais envolvidas, onde serão
instituídas ações e os prazos a serem implementados para solucionar os achados.
“Nada impede que os gestores,
durante a elaboração desse plano de ação, o qual, inclusive, o TCE oferecerá
uma capacitação para elaborarmos de forma conjunta, possam mostrar outros
caminhos, que não esses, que sejam mais adequados para sanarmos os achados.
Porque o que interessa para a auditoria é sanar, não importa a forma”, disse a
auditora que salientou que, “as recomendações ainda serão objetos de
deliberação no plenário do TCE-RO e publicado em breve.”
Ao concluir a apresentação de
todos os encaminhamentos que devem ser tomados pelo Governo do Estado, Seduc,
Seas, Sesau, em conjunto, Vanessa Valente afirmou que o plano de ação a ser
elaborado pela Seduc será monitorado anualmente, pelo TCE-RO, que dará todo
apoio necessário.
“E através desse plano nós
vamos verificar se as medidas necessárias para o saneamento dos achados estão
sendo implementadas. Agradeço mais uma vez a toda nossa equipe operacional,
nosso supervisor, Bruno Piana e os membros, Leonardo Monteiro e Maria
Albuquerque. Em nome de toda equipe, quero dizer que foi uma grande honra fazer
esse trabalho, saímos dessa experiência com outro olhar para todas as pessoas
com deficiência o quanto esse público carece de atenção e de educação especial,
não só aqui, mas em todo Brasil. Muito obrigada”, concluiu Vanessa.
Após a apresentação, o
presidente do TCE-RO fez suas considerações em relação aos encaminhamentos
apresentados pela auditoria e destacou a ação inédita que o trabalho em
parceria envolvendo a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas de Rondônia
para “impulsionar uma política pública tão necessária”. “Parabéns deputado
Cirone Deiró, esse é um feito histórico, nunca se viu essa associação, nesse
nível. Que venham outras oportunidades desse tipo. Parabéns e muito obrigado”,
disse Paulo Curi.
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