Quarta-feira, 5 de outubro de 2022 - 14h08
Além do forte bombeamento da bancada congressual fascista, temos mais quatro lições para observar no pós-1° turno:
1. O neopentecostalismo de resultados se militarizou, com regiões, comunidades, dominadas pelo narco-religioso e miliciano - numa importação do modelo dos cartéis mexicanos. Só esse item resultaria em dezenas de teses de doutorado. Chamaremos de "apropriação da importunação pragmática religiosa".
2. A regressão moral (ética) e política é enorme, ou seja, temos um quadro pior do que em 2018. Afinal, passados quatro anos de um governo proto-fascista, o povo chancelou-lhe mais votos do que em 2018. Sabemos que o bolsonarismo não é idêntico ao trumpismo (é identificado ao modelo dos EUA), porque o bolsonarismo - com heranças genéticas escravistas e autocráticas (misoginia, racismo) veio para ficar com suas dezenas de milhões de votos; ou melhor, sempre esteve no leito de morte da nossa Guerra Civil. Talvez estivesse acolchoado por outros mitos: democracia radical, cordialidade. Agora se retirou totalmente a tampa da educação e do acolhimento.
3. Também restou claro que "nem todo/toda bolsonarista é fascista; porém, todo/toda fascista é bolsonarista". Pelas demonstrações de "violência gratuita" (tipo desatino ensandecido) ou de violência política - um ramo clássico do Fascismo -, temos outra visibilidade do quanto pioramos em relação a 2018. Tivemos a tragédia de Cancellier, contudo, hoje, temos a "soberba da ignorância", a soberania da apologia do crime e do ódio e, o pior, em mais um filamento clássico do Fascismo, vimos ampliar a aderência popular a esse tipo de "valores sociais dominantes". Há, especialmente, invocação bíblica para tal, celebrizando-se os feitos do Rei Davi. Chamaremos de "apropriação indébita da importunação religiosa".
4. No último item, chamaremos de "O Mito do Desatino", podemos imaginar alterações nos dizeres da bandeira nacional - já colonizada pelo positivismo de Comte. Pois, se antes as pessoas se orgulhavam de sua ignorância, do próprio analfabetismo - passando pela recusa da vacina do jacaré no alto da goiabeira -, em 2022, milhões fizeram voto útil no Fascismo (a partir de Ciro Gomes e de Simone Tebet) para nos livrarem do Comunismo. Neste particular, há uma variação nos cânticos religiosos entoados:
A. "O Brasil é comunista" e o messias do cavalo branco (agora sim) irá nos livrar da perdição (ja temos promessa legislativa para o "extermínio da esquerda").
B."Não podemos voltar ao Comunismo" - talvez a Intentona Comunista tenha saído vitoriosa e não saibamos.
C. "O Brasil não pode ser comunista" e, por isso, advoga-se (inclusive advogados) o "Direito de Liberdade" para pregar Golpes de Estado: sendo este ato tipificado no Código Penal como "tentativa de golpe". Numa irônica "apropriação da importunação jurídica" da Lei de Segurança Nacional.
Nossa conclusão é breve: as camadas de "ignorância planejada" - de acordo com o lendário pensamento de Goebbels - não só foram cristalizadas (cristais e cristãos fascistas), como cresceram exponencialmente. Na atual forma do Totalitarismo Digital, Goebbels popularizou-se muito mais com os "algoritmos racistas", como verdadeiros fractais fascistas.
Dessa outra forma de vermos a premissa, concluímos novamente que 2022 é ainda pior em relação a 2018 - ano da Chancelaria da "mentira planejada", diria Hanna Arendt.
A ciência que não muda só se repete, na mesmice, na cópia, no óbvio e no mercadológico – e parece inadequado, por definição, falar-se em ciência nes
A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez
Introdução Neste texto é realizada uma leitura do livro “Educação constitucional: educação pela Constituição de 1988” de autoria do Prof. Dr. Viníci
Todos os golpes no Brasil são racistas. Sejam grandes ou pequenos, os golpes são racistas. É a nossa história, da nossa formação
Veremos de modo mais extensivo que entre a emancipação e a autonomia se apresentam realidades e conceitos – igualmente impositivos – que suportam a