Quinta-feira, 14 de julho de 2022 - 18h01
Em razão das quase 1100 inscrições no curso de
Extensão “Educação em Direitos Humanos”[1]
e dos já 1100 inscritos no nosso canal político-jurídico, acadêmico, do Youtube
(A Ciência da CF88), hoje faremos um podcast especial – aqui segue um breve
texto para avançarmos nessa questão.
Em
linhas gerais, seria como afirmar a necessidade de pautarmos de modo crítico e
responsável a exposição, divulgação, da Ciência – especialmente as Ciências
Sociais –, nesse tipo de repositório digital.
Também
seria interessante discutirmos “O que é Virtual”, em 2022 – portanto, três
décadas depois que foi escrito pelo filósofo francês Pierre Lévy –, porém, para
isso, precisaríamos de um evento ou de um curso inteiro.
Uma
seara ainda pouco explorada nos traria a referência de que os Direitos Humanos
de quinta geração – ou fortemente vinculados ao ideal revolucionário francês da
“solidariedade” – não estão prontos na imensa maioria das consciências e das mentalidades
(subjetividades). Por uma razão simples: ainda temos muito que avançar nos
direitos fundamentais mais essenciais, como a alimentação, a saúde e a educação
pública.
Isso é compreensível,
mas – sempre tem um mas – o mundo globalizado e virtualizado, assim como nós
indivíduos também somos, ocupa-se cada vez mais desse incremento de
substituição trazido pela exposição, modelagem e controle crescentes do assim
chamado plano Virtual: a própria democracia, os direitos fundamentais, estão
cada vez mais atordoados com as formas prevalecentes de uso/abusivo dos
recursos tecnológicos.
Em
todo caso, esse é um capítulo dos Direitos Humanos, o outro, retomando o lema
da Solidariedade Revolucionária de 1789, nos incita a pensar os Direitos
Humanos como um conjunto complexo que se harmoniza numa lógica simples, mas de
enorme dificuldade em sua execução. Trata-se de buscar o vínculo humanitário no
contexto da “Unidade na Diversidade”.
A
primeira barreira que se agiganta no Brasil da fome e da miséria humana, por
exemplo, revela que qualquer ideal deixou de ser uma bússola moral para se
converter em luta contra o retrocesso moral e social.
O ideal, nesses
termos, seria não mais usarmos senhas em celulares ou aplicativos – se houvesse
civilização –, bem como esse mesmo ideal nos aproximaria do dia em que as
cotas, as ações afirmativas, seriam desnecessárias, porque as desigualdades
atuais teriam sido reconvertidas em meras diferenças. Basta-nos, então, pensar
no quanto isso é ilusório, como Utopia sem lugar na realidade mais prosaica que
nos enreda.
Contudo, firmemente articulados nesse propósito de lutar pelo reconhecimento, defesa e promoção dos Direitos Humanos, no dia 28.7 já embarcaremos nessa aventura comum às voltas da nossa própria Unidade na Diversidade.
Vamos ler?
LÉVY. Pierre. As Tecnologias da
Inteligência: o Futuro do Pensamento na Era da Informática. Rio de Janeiro :Editora 34, 1993.
______ Os perigos da “máquina
universo”. IN : PESSIS-PASTERNAK, G. Do caos à inteligência
artificial: quando os cientistas se interrogam. São Paulo : Editora da UNESP,
1993b.
______ O que é o virtual? São Paulo : Editora 34, 1996.
______ Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
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