Quarta-feira, 20 de julho de 2022 - 17h35
Atualmente, quando
consideramos a importância do acesso à informação, em meio ao cenário em que
vivemos – de negacionismo e de livre circulação de fake news –, faz-se
fundamental afirmar a necessidade de pautarmos, de modo crítico e responsável,
a exposição e a divulgação científica – especialmente no que se refere às
Ciências Sociais – em meios virtuais.
Ademais, faz-se
importante discutirmos “O que é Virtual” em 2022 – três décadas depois daquilo
que foi escrito e definido pelo filósofo francês Pierre Lévy. Porém, para isso,
tal debate certamente não se enquadra em nosso texto.
Temos, de início, que
uma seara ainda pouco explorada nos traria a referência de que os Direitos
Humanos de quinta geração – ou fortemente vinculados ao ideal revolucionário
francês da “solidariedade” – não estão prontos na imensa maioria das
consciências e das mentalidades (subjetividades). Isso se dá por uma razão
simples: ainda temos muito que avançar nos direitos fundamentais mais
essenciais, tais como a alimentação, a saúde e a educação pública.
Isso é absolutamente
compreensível, mas – sempre tem um “mas” – o mundo globalizado e virtualizado
(assim como nós indivíduos também somos hoje), ocupa-se, cada vez mais, desse
incremento de substituição trazido pela exposição, pela modelagem e pelo
controle de modo crescente do assim chamado “plano virtual”: a própria
democracia e os direitos fundamentais estão cada vez mais atordoados com as
formas prevalecentes de uso (abusivo) dos recursos tecnológicos.
Em todo caso, esse é
um capítulo dos Direitos Humanos; o outro, retomando o lema da Solidariedade
Revolucionária de 1789, incita-nos a pensar os Direitos Humanos como um
conjunto complexo que se harmoniza numa lógica simples, mas de enorme
dificuldade em sua execução. Trata-se de buscar o vínculo humanitário no
contexto da “Unidade na Diversidade” – exatamente, o que fortalece a diferença
e impede a desigualdade.
A primeira barreira
que se agiganta neste lado do mundo, no Brasil da fome e da miséria humana, por
exemplo, revela que qualquer ideal deixou de ser uma bússola moral para se
converter em luta política e de sobrevivência contra o retrocesso moral e
social.
O ideal, nesses
termos, seria não mais usarmos senhas em celulares ou aplicativos – se houvesse
civilização –, bem como esse mesmo ideal nos aproximaria do dia em que as cotas
(as ações afirmativas) seriam desnecessárias, porque as desigualdades atuais
teriam sido reconvertidas em meras diferenças. Basta-nos, então, pensar no
quanto isso é ilusório, como Utopia sem lugar na realidade mais prosaica que
nos enreda.
Contudo, firmemente
articulados nesse propósito de lutar pelo reconhecimento e pela defesa e
promoção dos Direitos Humanos, é essencial não fugirmos ao debate, ao mesmo
tempo em que continuamos a luta por uma vida digna, no mundo virtual e fora
dele.
Confira nossos acessos
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