Quarta-feira, 7 de dezembro de 2022 - 15h03
As universidades públicas, todas, e especialmente as
universidades públicas federais (por sua amplitude e alcance nacional), são o
repositório do conhecimento, da Consciência Pública, nesse país desolado pelo
Fascismo.
As universidades públicas brasileiras (bem como institutos
e agências públicas) produzem mais de 90% da Ciência e da Consciência nacional.
Isso é um fato facilmente comprovável, não é ideologia.
Então por que o governo que está findando sempre nos atacou
tão severamente?
Porque o Fascismo, historicamente, sempre se volta contra a
educação e a cultura.
Por que? Porque investimos nossas vidas na Ciência e na
Educação ("educare": revelação), produzimos a Ciência e a Consciência
que salva o povo, que fomenta a "leitura do mundo", que alimenta e
salva vidas.
Além disso, somos atacados, dia e noite, porque incluímos
os pobres e os filhos e filhas da classe trabalhadora no universo do
conhecimento.
Ensinamos a ler o mundo, superando os "mitos da
obscuridade" e os "Messias decaídos": falsos e, mais
precisamente, ignorantes.
O outro motivo é mercadológico: querem falir a universidade
pública para depois privatizar. E, depois, querem vender o conhecimento entre
"clientes".
Até hoje resistimos e vamos lutar muito, até o último
suspiro. Porque, nós sabemos e é óbvio, não se vende o conhecimento como uma
mercadoria qualquer.
Nós não somos e não temos clientes. Porque cliente vem do
latim "Cliens", que quer dizer vassalo.
Nós somos servidores públicos que servem ao público, não
somos vassalos de ninguém e muito menos aceitamos a vassalagem.
Nós travamos um tipo de "guerra de posição", em
que o Estado é um enorme campo de batalha, com infinitas trincheiras, de ambos
os lados.
Nessa guerra de posição, incontáveis servidores públicos
cumpriram sua missão: "servir ao público e defender o que é público",
no exercício de sua própria atividade profissional.
Há honra em jogar esse jogo, lutar essa luta.
Fizemos e fazemos a resistência por dentro do Estado, mas,
em favor do povo.
Não somos players, como muitos dos grandes competidores,
porém, somos atores conscientes da missão, resistindo por meio de uma práxis
funcional, sistêmica e sistemática.
Tanto melhor serviremos ao povo, quanto mais nos afastarmos
do proselitismo, corporativismo.
Essa resistência por dentro do Estado é a luta
institucional, não por espaços burocráticos, mas pela institucionalidade no
melhor sentido: estabilidade, previsibilidade, proporcionalidade,
razoabilidade.
No fundo, esta é a razão pública, do espaço público. Como
dizia Cícero: "não me pareço com o povo, não sou o povo, mas luto pelo
povo".
Essa é a nossa síntese da resistência por dentro do Estado,
dessa "guerra de posição" - nas trincheiras móveis do Espírito
Público, e jamais movediças.
É esse Conhecimento e essa Consciência que a universidade
pública produz. Por isso incomodamos muito os fascistas, notadamente os
embrutecidos e ignorantes.
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