Sábado, 6 de agosto de 2022 - 17h30
Não quero
lhe falar meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe
contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa
Por isso
cuidado meu bem
Há perigo na esquina
...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos como os nossos pais
(na voz da incomparável Elis Regina)
É a primeira vez que escrevo sobre
eles, com racionalidade, tentando conter a emoção.
Acho que é só um propósito, uma
tentativa, porque choro todas as vezes em que falo, escrevo, penso nos meus
pais.
Não há dor mais doída, do que essa
partida.
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Não há como não chorar.
O choro é a expressão da dor de quem
queria ter vivido mais tempo junto e não pode, que queria ter falado muito mais,
mas não conseguiu.
Porém hoje quero lembrar com vocês algumas
passagens – hoje apenas poucas – e que foram e são marcas da minha vida.
Minha mãe fez da sua vida, a minha –
por muitos anos.
Quando fui ao Hospital do Servidor
Público, em São Paulo, para fazer a primeira cirurgia, aos cinco anos de idade,
lá se foi minha mãe comigo.
Tive pólio aos 3 meses de idade – na
época não havia cobertura vacinal universal (aliás, até nisso regredimos).
Para que me levasse, minha mãe,
professora de português e francês, na rede pública de ensino, interrompeu sua
carreira. Depois de praticamente dez anos bastante estagnada, ela finalmente conseguiu
retomar os próprios estudos e o trabalho.
Lembro-me que meu irmão e eu a
atormentávamos muito, com bobeiras de crianças, para chamar sua atenção. Até
que ela vinha com chinelo e cinto satisfazer nossa vontade.
Por muitos anos, depois que aprendi a
escrever um pouco melhor, minha mãe foi minha revisora oficial de textos. Não
tive aulas com ela, propriamente falando – porque também estudei em escola
pública –, mas, meu irmão sim. E para ele foi uma provação, porque a cobrança
de perfeccionista dela era dobrada.
A vida dura, sem tempo para emoção, a
fez ficar enérgica. Viajar todos os dias para lecionar, até sua aposentadoria,
para salas cheias de crianças e de adolescentes – que amam atormentar –,
cobraria sua cota.
No final, ela tinha a voz rouca, a
paciência zerada, o humor bastante difícil. Foi a primeira vez que vi, de fato,
como o trabalho adoece.
Depois, ela melhorou um pouco de tudo
isso, anos depois.
Porém, foram poucos anos para
desfrutar da paz, livrando-se do fardo adicional do trabalho. Nos últimos tempos,
sob o custo da própria vida, precisou de cuidados especiais.
Só em teoria nós falamos em família,
porque arquei financeiramente com tudo. É óbvio que, com duas muletas, não
podia cuidar dela. Eram três cuidadoras, em rodízio, da mesma família – mais
tempo passaram a Tânia e a Ângela (sua mãe). Estiveram comigo até nos seus minutos
finais.
Quando me mudei pra São Carlos, após o
falecimento da minha mãe, a Tânia se mudou junto, com a sua própria família: a
nenezinha (Ana Luíza), a Ana Lívia (professora da nenezinha), a Ana Júlia e o
Diego.
Faz muito tempo que eles são minha
família.
Ia escrever sobre meus pais, no fim,
falei da minha mãe, dos cuidados que ela me deu, depois precisou e mereceu, e
acabei falando das cuidadoras que viraram minha própria família – hoje em dia.
Mas, por fim mesmo, quero dizer que
minha mãe teria orgulho do trabalho que fazemos aqui, na UFSCar, com a inclusão
dos jovens – nesse ciclo contínuo que é a vida.
Aqui abaixo mostro para você uma parte
desse esforço contínuo, multiplicado a essa altura, e que também deixo como
presente para minha mãe e meu pai. Outro dia escreverei mais sobre eles e os
nossos cuidados, as cuidadoras de uma família inteira – que se tornam a melhor
família que podemos querer.
Não é verdade que cuidar é querer? Bem
querer, sempre.
Então, te convido para que também nos
queira bem, nesse nosso trabalho com jovens. Visite nosso canal, faça sua
inscrição, navegue pelos eventos.
Nos divulgue por onde for:
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