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Vinício Carrilho

O metafísico voltou ao Brasil - Este do fino do brega, da várzea


O metafísico voltou ao Brasil - Este do fino do brega, da várzea - Gente de Opinião

Até o metafísico ficou surpreso, meio abobalhado com o que viu nos fóruns brasileiros. Lá no seu íntimo deve ter pensado: a injustiça praticada no Brasil – além daquela inerente ao racismo e ao elitismo (protegido) – diz que cientistas não podem negar Fake News (mentiras das grossas), pois, se fizerem, terão que pagar indenização.

Lá em Nárnia, ruminou consigo mesmo o metafísico, as baratas só existem em romances bizarros (acho que o metafísico pensava em Metamorfose e n’O Processo, de Kafka) e os vermes não causam diabetes.

Porém, a justiça brasileira acha que sim. Aliás, é possível que o Judiciário de Nárnia e do Brasil sejam diferentes pela quantidade de “achismo” – nós ganhamos de lavada.

Em Nárnia, por exemplo, ruminava o metafísico com seus botões, “não se admite que a ignorância da ciência dê a pá de cal em nenhum caso judicial”. No Brasil, não apenas reina e graça a ignorância em espécie como vem investida da canetada do Judiciário.

Com os vermífugos em dia (aqueles que combatem a COVID-19), e com o último botão da camisa verde-amarela que emprestou (e não devolveu), deve ter pensando o metafísico: “a ignorância científica é a mãe da má fé, do dolo”.

Pensando aqui, creio que esse é o primeiro pensamento lógico do metafísico. Sinceramente, ainda não creio que o metafísico tenha formulado essa máxima imoral brasileira: “a ignorância é provedora da má fé e das péssimas sentenças”. Afinal, isso seria um verdadeiro provérbio jurídico.

Todavia, quosque tandem, o metafísico me fez pensar que o Judiciário de Nárnia deve ser melhor do que o nosso –, pois, é bem provável que o metafísico tenha se perguntado, ruminando: “o Brasil virou uma várzea total?”.

Talvez o metafísico concluísse que sim, sobretudo, se soubesse que um famoso cantor de MBB (Música Brega Brasileira) poderá ser contido numa prisão especial, em que sua cela teria o formato de um tipo de “gaiola das loucas”.

Além disso, para coroar a noite (agora são 00hs e 01 minuto), o metafísico também saberia que a advogada de uma persona muito famosa, pelos golpes rotineiros, é investigada por associação criminosa.

Olha aí, que teses maravilhosas o metafísico levaria para futuros estudos em Nárnia.

Agora, será que em Nárnia essas coisas seriam aceitas como teses jurídicas de verdade – ou entrariam apenas na relação dos “contos do vigário”?

Eu mesmo tenho dificuldade em dar crédito a tanta zoeira, num dia só. É tão bizarro que, no início, pensei que estava escrevendo sobre o metafísico e sua Nárnia, mas, com o passar dos “tempos sombrios”, descobri que falava do “Brasil – o fino do brega, da várzea”. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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