Segunda-feira, 11 de julho de 2022 - 09h52
SÚMULA: Na luta contra o racismo, não é coincidência – nem
mera semelhança – o fato de que a luta antirracista também deve ser uma
Educação pautada (estimulante) para meninos e meninas brancas.
Considerando-se o racismo estrutural, incalculável na dor afligida,
incomensurável na potência de desumanização e de destruição social.
Considerando-se o embotamento, o endurecimento, o
embrutecimento e o “emburrecimento” decorrentes.
Considerando-se que seja obrigatório debater o racismo
incansavelmente, assim como o Fascismo que se retroalimenta da dessocialização
no Brasil.
Consideramos formular questões mais duras, com a clareza
que merecem, como se vê logo abaixo:
• Todo nazista é racista!
• Todo racista é nazista?
Assim, propomos pensar o racismo – ainda que desgastante,
embrutecedor, porque traz as piores histórias, as maiores tragédias e de
consequências incalculáveis.
Há mais três fatores a se conseguir inicialmente:
• O embrutecimento leva a fortes e incisivas resistências.
• O endurecimento da realidade leva ao endurecimento das
posições e relações.
• O embrutecimento leva a escolhas sem volta.
• O emburrecimento decorre da negação do próprio racismo.
Desse modo, observamos que o racismo propaga ódio social e
violência institucional.
Há um crescente armamentismo social: literal e simbólico.
Há muita munição nas falas e nas ações.
Vivemos um tipo agudo de luta de classes, de "luta de
raças", como um racismo que nega a sobrevivência de quem é considerado
como “inferior”.
Esse racismo é tão obscuro e recalcitrante que nenhuma
palavra seria mais racista (menos racionalmente adequado ao Humano) do que o
próprio termo "racismo".
Contudo, ninguém saberá o que é o racismo se não sofrer no
imaginário ou na carne viva desse Mal agudo.
Só quem pode externar o "lugar dessa fala" é quem
tem o racismo tingido na pele, todos os dias, por outros seres dotados de
supremacia.
Quem pode descrever a intolerância, a extrema desigualdade,
o preconceito, melhor do que a vítima?
O algoz logo esquece ou simplesmente nega.
Mas, todos sabemos aonde isso vai dar.
O racismo dói no corpo e no espírito de quem sofre; destrói
vidas e por isso, indiscutivelmente, "as vidas negras importam".
Importam para os negros, brancos e não-brancos. As vidas
negras importam para a Humanidade.
E aqui temos outra certeza: a luta contra o racismo é
semelhante ao combate ao Fascismo, deve abranger brancos e não-brancos,
mulheres e homens, crianças, jovens e adultos.
Se o Fascismo gerou o Nazismo, um dos seus tipos, e se o
Nazismo foi sobretudo racista, pode-se ter uma primeira conclusão: o Fascismo é
altamente racista, com requintes de supremacia branca.
Porém, o Nazismo alemão preconizou o extermínio racial de
uma cultura ("raça") na chamada Solução Final.
Essa ideia, articulada com a exclusão, subjugação,
eliminação, é o que gera outra sintonia – outra conclusão parcial: todo nazista
é racista (e fascista).
A "questão judaica", assim colocada, leva-nos a
pensar se todo racista não guarda, esconde em si, um nazista também!?
As teses supremacistas não estão evidenciadas, com as
premissas e as circunstâncias racistas?
Ou será que os racistas, convictos do escravismo (às claras
ou às escuras), serão mais benevolentes se não lhes opusermos um freio eficaz,
como ocorreu em Nuremberg?
Então, todo racista não é nazista, em sua ânsia e forma de
ser fascista?
Olhando-se desse modo, o "racismo estrutural" é
ainda mais complexo e enraizado do que supomos.
Afinal, no Brasil há um tipo de moto-contínuo entre o
Fascismo atual e o racismo escravista do passado-presente: está nas sombras e
catacumbas da história, mas pulula e procria como ratos, ao menor descuido.
E para piorar há um mito, um embuste, de que não temos
racismo.
Ora, se não houvesse racismo, por que razão a Constituição
Federal de 1988 o definiria como crime inafiançável e imprescritível?
Se não houvesse racismo porque tanta gente lutaria contra,
especialmente contra os que negam o racismo ativo na história social desse
país?
Esse mito, por exemplo, leva os racistas a desacreditarem
de outro racista que, por ventura, assuma-se como um indivíduo racista – mas,
“arrependido”.
Por muitas razões, algumas até insondáveis, os piores
racistas não se admitem racistas, assim como os fascistas não aceitem o
apelido.
Com o mentiroso contumaz, ou traidor, não será diferente.
Será igual, na mentira contada mil vezes até se tornar realidade.
Também não será coincidência que esse instrumental
(mentiroso profissional) tenha sido umas das piores invenções, armas, do III
Reich.
Além do mito da supremacia ariana, Goebbels incumbiu-se da
mentira nazista oficial.
Esta associação entre a estratégia da mentira oficial
(negação do antissemitismo) com as piores práticas racistas foi um dos eixos do
nazifascismo.
E, reveladoramente, é um dos traços mais agudos do racismo
nacional.
Então, será coincidência que todo racista seja nazista?
Afirmamos, em conclusão, que meninas e meninos devem ser
pautados pela luta antirracista porque essa é uma luta que deve ser iniciada na
escola – quando não, desde o berço –, o mais cedo possível, com o incremento de
metodologias em que vigore o respeito, a diversidade, as práticas sociais
saudáveis e onde, igualmente, seja ensinado que não se tolera a “intolerância
negativa”: a afirmação da desigualdade, do ódio social, da discriminação
injusta e aniquiladora do Outro, de todas as outras – e que seja uma educação
inclusiva de todos os pobres e negros, a fim de que os brancos e os não-brancos
respirem o mesmo ar com civilidade e empatia.
Propomos, pragmaticamente, uma Cultura de Direitos Humanos,
que se propague, enfaticamente, por meio da Educação em Direitos Humanos.
A ciência que não muda só se repete, na mesmice, na cópia, no óbvio e no mercadológico – e parece inadequado, por definição, falar-se em ciência nes
A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez
Introdução Neste texto é realizada uma leitura do livro “Educação constitucional: educação pela Constituição de 1988” de autoria do Prof. Dr. Viníci
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