Segunda-feira, 10 de março de 2025 - 13h38
Essa duplicidade comportamental frenética, com muito movimento e pouca estabilidade para interação, com ausência de direção ou freios, leva a uma mente dupla, incapaz ou sem motivação para seguir instruções ou exercer controle próprio. Vivendo nesse estágio de baixa espiritualidade, marcado por frivolidades e banalidade, as pessoas não conseguem conferir estabilidade a suas atitudes, ideias, sentimentos ou ações, ficando sujeitas a mudanças frequentes, nem sempre com resultados saudáveis.
Falta a compreensão de que a alma é um ser real, individual, independente e autônomo, de natureza puramente espiritual, que tem por destino grandioso evoluir sempre, harmonicamente, adquirindo conhecimentos e virtudes que possam conduzir a níveis superiores de consciência e dignidade. As relações tornam-se descartáveis, rasas, e fugazes, sem a compreensão de que a viagem cósmica prosseguirá além desse plano, que nos oferece a oportunidade de alcançar níveis mais elevados, imprescindíveis para seguir a extraordinária viagem pela eternidade. Esse plano material é apenas uma rápida parada para reabastecer a alma com boas energias.
A inconstância comportamental realça um estado emocional que se sobrepõe à capacidade de lidar com questões
rotineiras. Isso é altamente desgastante tanto mentalmente como fisicamente, e
dificulta o foco na estabilidade e na valorização do eterno, em oposição às coisas
banais e passageiras. Perde-se a noção do tempo, de sua
importância e do significado de desenvolvermos
uma consciência dignificante.
Tudo passa, e passa
depressa. O vacilante caminha pela inconstância numa realidade de letargia, sem
estar dormindo nem desperto, apenas divagando por caminhos que não conduzem à ascensão pessoal. Passam como se
jamais tivessem existido e possuído a capacidade para discernir. Desperdiçam o sagrado tempo descartando almas em
trocas frequentes, evitando a interação espiritualmente íntima e, sobretudo, desprezando a
individualidade e a identidade que todos carregamos em forma de “fôlego divino”, o qual será obrigatoriamente devolvido, puro ou
impuro.
Sem sinceridade, transparência ou autenticidade, não existem parâmetros para imposição do respeito incondicional à dignidade. As palavras bonitas só farão sentido quando forem materializadas em ações concretas, a partir da convicção pessoal.
Quando priorizamos religiões, distanciamo-nos da razão, aproximando-nos da ignorância, que molda as mentes à mesmice cotidiana e impede a evolução da consciência.
De um lado há o imaginário, as teorias delirantes, frágeis e meramente especulativas sobre o pós-vida do plano material; de outro, há a realidade factual que efetivamente pode permitir a evolução pessoal ampla, livre das formatações impostas pela bolha sócio-cultural e religiosa na qual somos colocados ao nascermos. Somos formatados sem chance de desenvolver a capacidade de conceituação própria, condenados a transformar historietas fabulosas em verdades incontestáveis, a despeito do improvável da fantasia. Obedecemos a normas arcaicas, inconsistentes e surrealistas, que apenas servem para mascarar a hipocrisia generalizada numa postura tola que esconde quem realmente somos.
Até quando a insensatez prevalecerá sobre a razoabilidade? Talvez até entendermos que a vida pode ser ilustrada como um círculo com um ponto ao centro: à medida que nos predispusermos a buscar conhecimento, ampliaremos o ângulo de visão desse ponto, privilegiando a interpretação de forma macro, livres da visão micro ou afunilada que contraria a natureza incomensurável do universo. O conhecimento tem o poder de iluminar os lugares mais escurecidos da mente, permitindo a compreensão da vida com um pouco mais de realismo, num mundo em que só o saber permite diferenciar o grau de evolução de uns e outros.
Não bastam títulos de conhecimento adquirido quando mentes amedrontadas por ensinamentos religiosos não ousam questionar o que lhes foi imposto na infância e não conseguem se livrar por acreditarem que estariam violando as tradições herdadas e as mirabolantes leis divinas, imaginadas por povos confusos, atrelados à ignorância milenar.
Cérebros em
estado natural apresentam-se em condições de pobreza intelectual embrionária, formatados e bloqueados para a razão, refutando o
conhecimento por se sentirem agredidos naquilo que entendem por "princípios"
nos quais se estagnaram.
Desperdiçam o precioso tempo fazendo de conta que
querem evoluir, ouvem sermões e os ensinamentos que consideram sagrados, por
toda a vida, mas não compreendem o alcance, não conseguem formar opinião própria, tampouco conseguem colocar em prática. São eternos dependentes da inteligência alheia, da ignorância
crônica, submissos como irracionais a viseiras colocadas por espertalhões e,
mesmo que a realidade seja desenhada, a ignoram, no exercício do direito ao
livre arbítrio, assegurado inclusive aos loucos,
mas, catastrófico, quando não estão acompanhados
do discernimento básico e
dá vontade de alcançar a condição de compreender
a realidade livres da confusão mental.
Em que estágio de consciência me encontro? É a indagação que nós todos, indistintamente,
devemos nos fazer.
Estamos atrelados a um Estado de Direito corrupto, ineficiente, oneroso e injusto, carregado por um povo trabalhador, mas submisso, dividido, respon
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