Sábado, 18 de abril de 2020 - 09h06
A população de nosso querido
estado de Rondônia tem vivido momentos realmente muito difíceis, nos últimos
vinte ou trinta dias, com o surgimento desta complexa doença provocada pelo
coronavírus e também pelas consequências que essa calamidade toda traz aos
estados e municípios. Algumas dessas consequências são de natureza secundária e
não possuem relação direta com a saúde, mas afetam diretamente a população, em
virtude das circunstâncias. Entre essas situações, está o setor de educação e a
falta de compromisso de políticos, governantes, representantes de instituições
e até mesmo diversos outros setores da sociedade. No caso da educação, os
prejuízos poderiam ser muito menores, caso o Conselho Estadual de Educação não
fosse tão irresponsável como tem sido. Infelizmente, dezenas de milhares de
estudantes em Rondônia, em todos os municípios, serão prejudicados, pela
negligência, omissão e falta de compromisso de muitas autoridades que têm a
obrigação de zelar pela educação...
No decorrer desta semana, o
Conselho Estadual de Educação apresentou a Resolução 1.253/20-CEE/RO, normatizando
a precarização do ensino em Rondônia e colocando em jogo todo o trabalho que
foi feito até hoje, embora ainda seja necessário melhorar muita coisa. O CEE
acaba de instituir o ensino a distância em todos os níveis do Ensino Básico. A decisão do Conselho Estadual de Educação é, no mínimo, irresponsável,
porque sugere o ensino a distância para o ensino infantil e fundamental, faixas
etárias nas quais as crianças estão sem a devida maturidade para assimilar esse
modelo de ensino. Claro que os defensores da teoria do faz-de-conta irão bater
o pé e dizer que não há problema; que o importante é contabilizar qualquer
coisa como aula, para contar nas “lives” e postagens do governo de Rondônia;
que tudo está resolvido. O curioso nisso tudo é que as autoridades que possuem
a obrigação de fiscalizar e o dever de zelar por uma educação de qualidade
estão assistindo a tudo caladinhas e de braços cruzados. E por que as
autoridades e órgãos de fiscalização batem palmas para a resolução do CEE? Pela
mesma razão que batem palmas para o desastroso e excludente processo de
militarização de escolas: os filhos ou netos de deputados, promotores, juízes,
desembargadores, diretores de escolas e membros do Conselho Estadual de
Educação, com raríssimas exceções, muito raras mesmo, não estudam em escolas
públicas.
No Brasil, existe uma tradição muito
antiga e que é cumprida à risca em Rondônia: aquilo que não presta, que não
serve, que não tem nenhuma qualidade é oferecido pelos governantes, e demais
autoridades, aos pobres e aos filhos dos pobres. Aquilo que é bom pertence
sempre aos ricos. E, muitas vezes, aquilo que não presta é empurrado,
goela abaixo, dos pobres, com a participação e o apoio de muitos pobres que
praticam a vassalagem, em troca de cargos ou outras benesses individuais e efêmeras,
quando não voláteis... Uma outra discussão que precisa ser trazida à baila é
que o uso de ferramentas tecnológicas é absolutamente necessário no processo de
ensino e todos os professores de Rondônia utilizam as mais diversas
ferramentas. Todavia, o uso de tecnologias em sala de aula, e com a
participação efetiva dos professores, não pode ser confundido com o ensino a
distância, normatizado pelo Conselho Estadual de Educação, sem que haja nenhuma
discussão com a sociedade e sem nenhuma necessidade. As aulas foram suspensas
em 17 de março. Hoje é 17 de abril. Neste período, tivemos 04
sábados e 04 domingos. Além disso, há o decreto do governo de Rondônia
estabelecendo que os 15 dias de férias de julho estão incluídos no período de
suspensão das aulas. Como o momento requer, certamente os professores vão negociar os
dias de férias, para não prejudicar os alunos. Assim, os alunos de Rondônia
foram prejudicados em 07 dias letivos, até hoje. Qual a necessidade de tanta
precipitação em criar o ensino a distância, numa discussão que envolveu apenas
o secretário da educação e o presidente do Conselho Estadual de Educação???
(Porque isso não pode ter sido a decisão de um Conselho de Educação). Nem mesmo
os dois filósofos da honestidade foram consultados. Quem vive em Rondônia sabe
que a educação já teve greves de 60 dias; 90 dias; e até mais do que isso, sem
que o ano letivo fosse comprometido uma única vez...
É claro que o secretário de educação
vai aparecer em entrevistas e redes sociais, tentando explicar marcas de batom
em cueca, como tem sido a rotina desta Seduc. Entretanto, não existe uma
explicação plausível para tamanha estupidez. Esta decisão do CEE, combinada com
a problemática de saúde pública, criada pelo coronavírus, misturada à falta de responsabilidade do
secretário de educação e do governo de Rondônia, certamente produzirão muito
mais prejuízos aos estudantes de Rondônia do que a própria pandemia... Tenho
dito!!!!
*Francisco
Xavier Gomes
Professor
da rede Estadual e Articulista
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