Quarta-feira, 29 de julho de 2020 - 12h21
O município de Ariquemes é, desde o início da
pandemia do novo coronavírus, o segundo em número de casos confirmados de
covid-19 em Rondônia, ficando atrás apenas de Porto Velho, e o que acontece na
agência do Banco do Brasil que atende aquela população segue o mesmo ritmo
observado nas agências da capital: um alto número de bancários e terceirizados
contaminados, com um agravante de um insistente desrespeito por parte do banco
com os procedimentos de segurança e, principalmente, às decisões judiciais.
E este revoltante cenário se constata com os
seis casos já confirmados de trabalhadores com covid-19 e, mais recentemente,
dois bancários apresentando sintomas da doença, e mesmo assim a rotina daquela
unidade é de muita aglomeração diária, com o autoatendimento (área dos caixas
eletrônicos) superlotado e até mesmo o atendimento aos chamados serviços
essenciais com uma demanda acima do que é recomendado nesse período de
pandemia.
A agência de Ariquemes atualmente passa por uma
obra de reforma, e sua capacidade normal seria de aproximadamente 60 pessoas em
todo o prédio, que é de dois pisos. No entanto, como o piso superior está em
obras, fechado e isolado, a presença de pessoas se concentra ainda mais no piso
inferior, causando maior aglomeração, sendo que só o número de bancários
trabalhando já é de 15, e com a soma de clientes e usuários, o espaço fica
totalmente tomado por pessoas e o espaço de 1 metro e meio entre cada pessoa
(explícito nas recomendações de proteção) fica impossível de ser respeitado.
“O Banco do Brasil lidera o ranking das
instituições financeiras em Rondônia com o maior número de casos confirmados de
covid-19 entre seus trabalhadores, e mesmo com as liminares obtidas pelo
Sindicato, que obrigam o banco a permitir o acesso de pessoas de forma
controlada, autorizando-se a entrada de um cliente por vez, o que se vê naquela
- e em outras agências – é um completo caos, um cenário de como se nada
estivesse acontecendo. Ou seja, é um total desrespeito com as recomendações das
autoridades sanitárias e às determinações judiciais, que colocam em risco,
diariamente, a saúde e a vida de empregados, clientes e usuários”, mencionou
José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo
Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), que já acionou a Superintendência do BB em
Rondônia cobrando providências.
“O superintendente em exercício, Paulo Vagner, disse
que vai verificar a situação junto com a gerente geral daquela agência, com a possibilidade
de promover o rodízio entre os empregados. Mas o que queremos é atitude e não
apenas promessas. Que as liminares judiciais, com força de mandato, sejam respeitadas
e cumpridas, pois é uma ordem judicial e o banco tem obrigação de fazer, sob
pena, em caso de descumprimento, em multa em valores que vão de 1 mil a R$ 100
mil por dia, além de possível cometimento de crime previsto no art. 268 do
Código Penal, e de crime de desobediência à ordem judicial”, acrescentou o
dirigente.
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