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Coronavírus

Comércio não é propagador do coronavírus

Um maior conhecimento do comportamento do vírus vem demonstrando que os contágios são maiores em casa, no transporte, nos hospitais e em escritórios onde as pessoas se aglomeram


Comércio não é propagador do coronavírus - Gente de Opinião

Há muita desinformação sobre as formas de contágio do coronavírus. A questão é que grande parte do que se sabe sobre ele ainda é fruto de pesquisas recentes. Embora o comércio tenha sido completamente fechado, restrito apenas aos serviços essenciais, o que se observou, ao longo do tempo, é que, por utilizar maiores precauções e protocolos mais rígidos, as pessoas que estavam trabalhando tiveram uma taxa bem pequena de contágio. Foi bastante divulgada a afirmação do governador Andrew Cuomo, de Nova York, que confessou, publicamente, em entrevista que havia errado ao fechar drasticamente o comércio, pois, depois foi constatado que a grande maioria das novas hospitalizações do Covid-19, no estado de Nova York, foram de pessoas que estavam em casa e não saíam, de forma alguma. Cuomo usou a palavra “chocante” para esta descoberta. De fato, os dados preliminares de 100 hospitais de Nova York, de 1.000 pacientes, revelaram que 66% das novas admissões eram de pessoas que estavam abrigadas em casa. A próxima fonte mais alta de admissões foi de lares de idosos, 18%. Os contágios ocorreram, para “surpresa” do governador, com pessoas que “não estavam trabalhando, nem viajando” e completou “Esmagadoramente as pessoas estavam em casa”, ou seja, não estavam fora e não usavam os transportes públicos que são locais onde o contágio também acontece com frequência.

O comércio tem tido um papel relevante no enfrentamento do virus

A questão é que o que importa não é o isolamento em si, mas, o distanciamento entre as pessoas. No meio familiar as pessoas ficam mais desprevenidas, atentam menos para os processos de higienização e se tocam, se aglomeram. Por isto os chineses tiveram mais cuidado com os trabalhadores de transportes, de hospitais, escritórios em que as pessoas se aglomeram e  nas residências, inclusive verificando que o novo coronavírus  foi detectado em prédios residenciais próximos aos hospitais, ainda que em concentrações mais baixas. No entanto, foi identificada uma concentração elevada do vírus em uma área aberta junto a um dos hospitais, onde passavam mais pessoas. A hipótese levantada é de que muitas das pessoas que entraram no hospital estavam contaminadas. A questão fundamental, porém, é a de que as taxas de transmissão no comércio são baixas, muito baixas, quando se toma as precauções de higienização, de uso da máscara, do gel e de distanciamento das pessoas. O comércio, efetivamente, não tem sido o propagador do coronavírus. Muito pelo contrário, com o apoio que tem dado ao seu combate e os protocolos que adota, sem dúvida, tem contribuído muito fortemente para sua contenção, embora pagando um preço muito alto em forma de falência de empresas, de paralisações, de prejuízos, com uma alta queda de suas receitas, e de, muitas vezes, ser a maior vítima de uma crise em que, de fato, não tem nenhuma participação, exceto no enfrentamento do vírus. 

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