Sábado, 23 de janeiro de 2021 - 14h59
O prefeito de Porto Velho, Hildon
Chaves realizou na manhã deste sábado, (23), uma coletiva de imprensa para
relatar o colapso na saúde municipal devido a pandemia do coronavírus
(Covid-19). As informações são de que não há mais leitos para receber pacientes
na Capital. A coletiva, contou com a presença das secretárias titular e adjunta
da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Eliana Pasini e Marilene Penati,
além do vice-prefeito Maurício Carvalho.
Na primeira onda de pandemia,
quando o pico foi registrado nos meses de maio e junho, o município conseguiu
lidar com a situação e não chegou ao colapso, mas nesta segunda onda, com
aumento dos casos registrados desde o início de dezembro passado, a rede
municipal de saúde não tem mais leitos.
“Tínhamos 18 leitos com
aproximadamente cinco respiradores no início da pandemia. Agora chegamos a 70
leitos e 23 respiradores. Conseguimos essa ampliação para atender ainda mais a
população e mesmo assim não está sendo suficiente”, relatou o prefeito Hildon
Chaves.
Ainda segundo o chefe do
executivo, o período festivo do fim de ano contribuiu para este cenário. “Após
as festas de fim de ano, os casos começaram a aumentar consideravelmente, aonde
chegamos a ponto de não termos mais leitos para as pessoas doentes com a Covid-19”.
Na sexta-feira, (22), Porto Velho
registou 168 novos casos, totalizando 46.892 contaminados desde o início da
pandemia, sendo 3.224 deles de contabilizados entre os dias 1 º a 22 de
janeiro. Quanto aos óbitos, o cenário é ainda pior: 82 mortes registas desde o
início do ano, quase quatro mortos por dia.
Para atender com celeridade a
população que apresenta os casos leves da doença, foi montada uma força tarefa
nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para receber esses pacientes no período da
tarde. Durante a manhã o atendimento geral continua sendo realizado. Segundo a
secretária de Saúde, Eliana Pasini, é o município o responsável pelo primeiro
atendimento de todos os casos da doença.
“É o município a porta de entrada
desse paciente na rede de saúde. Os pacientes ligam no Call Center e são
encaminhados para alguma das unidades da rede municipal e somente em casos de
internação clínica ou de UTI é que são encaminhados para a estrutura do
Estado”.
Call
Center
Inaugurado no final de março, o
Call Centro foi criado para agilizar o atendimento do paciente e evitar
aglomerações nas unidades. No início, atendia cerca de 200 pessoas por dia,
agora recebe mais de mil ligações diárias e também está sobrecarregado. Desde o
início de suas atividades, o Call Center já atendeu 195.163 mil pessoas, sendo
21.114 somente nesses 22 dias de janeiro.
De acordo com o prefeito Hildon
Chaves, as pessoas não estão respeitando as medidas de isolamento. “Só ontem,
(22), tivemos 60 casos de sutura na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona
Leste, casos de pessoas que deviam estar em casa e que se envolveram em
acidentes ao sair. Precisamos que a população se conscientize e fique em casa,
se protegendo e protegendo a sua família. A pandemia ainda não acabou, estamos
em colapso na saúde de Porto Velho”.
Vacinas
Porto Velho recebeu cerca de 18
mil doses da vacina Coronavac. As imunizações já começaram e a prioridade são
os profissionais que estão na linha de frente, como os médicos, enfermeiros e
pessoas da área da limpeza que lidam diretamente com pessoas contaminadas com o
coronavírus.
A secretária adjunta da Semusa,
Marilene Penati, informou que a secretaria encaminhou, antes mesmo da chegada
da vacina, documento solicitando de todas as unidades hospitalares públicas
(municipais, estaduais e federais) e privadas o envio de uma relação nominal
dos profissionais de saúde que atendam ao critério das prioridades, inclusive
com número do CPF, cartão do SUS e função executada na unidade em que trabalha.
O objetivo da Semusa é dar transparência ao processo de vacinação, evitando que
pessoas fora do público-alvo sejam imunizadas. Essas relações nominais de cada
unidade estão sendo enviada para o Ministério Público que acompanha de perto o
processo de vacinação.
“Desde o último dia 19, quando as
vacinas chegaram em Porto Velho, cerca de 1.300 profissionais da linha de
frente já foram vacinados em 10 unidades do município e estado. A vacinação
está ocorrendo dentro das estruturas de saúde para facilitar e acelerar o
processo de imunização, além de evitar aglomeração”.
Nos próximos dias serão
imunizados os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do Hospital
do Amor, Policlínica José Adelino, Hospital de Campanha Cero, na Zona Leste,
Hospital Cemetron entre outros. O próprio prefeito quer dar o exemplo. “Não me
vacinei e vou esperar a minha vez na fila, como todo cidadão”.
Ao final o prefeito fez um apelo
à população de Porto Velho. “Os jovens precisam entender que não é momento de
ir para festas ou qualquer outro lugar, é o momento de ficar em casa, ajudando
a cuidar da família. A responsabilidade para a redução deste cenário é de cada
um de nós”.
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