Segunda-feira, 21 de setembro de 2020 - 11h26
Caso de recorrência
de teste positivo para a Covid-19 em Rondônia é alerta para a saúde pública, e
pode ser um dos primeiros casos de reinfecção confirmados no Brasil,
contrariando a teoria de que todos os pacientes infectados desenvolveram
imunidade contra o vírus. Um policial penal de Porto Velho testou positivo em
maio deste ano, e nesse mês de setembro voltou a apresentar sintomas. Em novo
exame, ele testou positivo para o coronavírus.
O servidor de 42
anos trabalha no presídio Edvan Mariano Rosendo – o Urso Panda. Após
apresentar sintomas, ele foi encaminhado no dia 21 de abril para fazer o teste
que estava sendo disponibilizado numa outra unidade prisional, no Urso Branco.
Conforme o laudo, a confirmação para Covid-19 veio no dia 16 de maio.
Afastado do
trabalho, o policial penal seguiu fazendo o tratamento em casa, se recuperou,
retornou ao posto de trabalho e entrou na lista dos servidores penitenciários
curados, que já totalizam 351, conforme o Boletim Oficial sobre casos de
Covid-19 no Sistema Prisional de Rondônia, divulgado na sexta-feira (18) pela
Secretaria de Estado de Justiça (Sejus).
Já no início deste
mês de setembro, o servidor voltou a apresentar sintomas relacionados ao
coronavírus. No dia 8 ele fez exame na UPA da zona Sul, quando foi feita coleta
de secreção nasofaríngea. Dois dias depois, em 10 de setembro, veio o resultado
do teste confirmando novamente infecção por Covid-19.
Confirmações de
reinfecção
A Universidade de
São Paulo (USP) confirmou o que seria o primeiro caso de reinfecção pelo
coronavírus no Brasil. A paciente é uma técnica de enfermagem de Ribeirão
Preto, que foi diagnosticada com a doença pela primeira vez em 13 de maio. Após
se recuperar, ela voltou a apresentar os sintomas e, em 2 de julho, passou por
novo teste, cujo resultado deu novamente positivo.
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) já reconhece a possibilidade de reincidência da
Covid-19, conforme divulgado, após um grupo de pesquisadores em Hong Kong, na
China, relatar o caso confirmado de reinfecção de um paciente que voltou a ser
diagnosticado com coronavírus 4 meses após o primeiro episódio. O relato pode
ser um indício de que a imunidade do organismo contra o vírus seja temporária,
de cerca de alguns meses, pelo menos para alguns casos. No caso do policial
penal de Rondônia, a recorrência também aconteceu 4 meses depois.
Resposta do Estado
O Sindicato dos
Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos de Rondônia (Singeperon)
manifestou preocupação com a recorrência, e cobrou uma resposta do Estado. “Os
órgãos governamentais vêm dando ênfase ao quantitativo de curados, sem ainda se
manifestar sobre essa possibilidade de reinfecção. Isso é muito preocupante,
pois se não acontecer um alerta nesse sentido, a tendência é um relaxamento por
parte de quem já teve a Covid, pensando que está livre do risco de voltar a
testar positivo”, declarou a presidente da entidade Daihane Gomes.
O Singeperon
entende que o caso do policial penal merece uma atenção, uma investigação, por
se tratar de um fato: um servidor que foi curado da Covid-19 e que agora tem
reinfecção confirmada em exame. O governo de Rondônia ainda não se manifestou
sobre o episódio envolvendo o policial penal.
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